A Universidade de Oxford, no Reino Unido, iniciou na última segunda-feira a fase 1 do HIV-Core 0052, um ensaio clínico realizado com uma candidata à vacina contra o VIH, o vírus da SIDA, conforme explica um artigo publicado na revista Galileu.
Denominada de HIVconsvX, a substância foi criada com o intuito de proteger os indivíduos contra múltiplas variantes do VIH-1, tornando-a potencialmente eficaz no tratamento de estirpes do vírus em todo o mundo.
O ensaio clínico inclui 13 adultos saudáveis que testaram negativo para a doença, com idades entre os 18 e os 65 anos e sem um risco elevado de infeção. Será administrada uma dose da vacina aos participantes e, passado o período de quatro semanas, tomarão uma dose de reforço.
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A experiência irá avaliar a tolerância, segurança e a imunogenicidade da candidata ao imunizante.
De acordo com Tomáš Hanke, professor de imunologia do Instituto Jenner da Universidade de Oxford e líder do estudo, num comunicado emitido à imprensa: "há mais de 40 anos que os cientistas tentam encontrar uma vacina contra o VIH. Este ensaio é o primeiro de uma série de avaliações desta nova estratégia de vacina em indivíduos VIH-negativos para prevenção, e em pessoas para cura em pessoas infetadas com VIH".
Grande parte das vacinas candidatas ao VIH operam induzindo anticorpos produzidos por células B, já a HIVconsvX induz as células T a aniquilar o vírus, direcionando-as para partes vulneráveis do VIH, que são comuns à maioria das estirpes deste patógeno.
"Alcançar a proteção contra o VIH é extremamente desafiador e é importante que aproveitemos o potencial protetor de anticorpos e células T do sistema imunológico", destaca Paola Cicconi, investigadora do Instituto Jenner e investigadora-chefe do ensaio.
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