Os investigadores britânicos, informa um artigo publicado na revista Galileu, usaram um manequim de modo a simular uma pessoa sentada a respirar numa sala ampla e detetaram que mesmo com a utilização de máscaras de pano ou máscaras cirúrgicas azuis ocorre uma acumulação notória de gotículas de aerossol com o passar do tempo. Gotículas minúsculas que ficam suspensas e viajam pelo ar, sendo que aerossóis dispersos por indivíduos infetados pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, contribuem para a subida do número de doentes e expansão da pandemia.
"Não há dúvida de que é benéfico usar qualquer cobertura facial para proteção, tanto quando estamos próximos, quanto quando estamos à distância numa sala", conta Serhiy Yarusevych, líder do estudo e professor de engenharia mecânica e mecatrónica da Universidade de Waterloo, no Reino Unido.
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"No entanto, há uma diferença muito séria na eficácia das diversas máscaras quando se trata de controlar os aerossóis", acrescenta o professor num comunicado de imprensa.
A pesquisa revelou, indica a Galileu, que as máscaras mais comummente usadas filtram aproximadamente 10% das gotículas de aerossol expelidas. Entretanto, os aerossóis restantes são direcionados para fora e evadem-se, sem filtrar, sobretudo através da parte superior da máscara, onde esta se encaixa no nariz. Por outro lado, as máscaras N95 e KN95 filtram mais de 50% dos aerossóis expelidos.
Segundo Yarusevych, a eficácia muito mais elevada das máscaras N95 e KN95 comparativamente com as máscaras de pano e cirúrgicas ressalta a importância de que as mesmas sejam sempre que possível usadas, inclusive em espaços internos, como escolas e locais de trabalho.
O novo estudo denominado "Experimental investigation of indoor aerosol dispersion and accumulation in the context of COVID-19: Effects of masks and ventilation" foi publicado na revista Physics of Fluids.
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