O estudo experimental foi divulgado na revista científica Nature Medicine e citado pela BBC News.
Investigadores, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, sublinham que ainda é cedo para afirmar com certeza absoluta se o aparelho poderá ser colocado na generalidade de pacientes com depressão severa, resistente a outros tipos de tratamento - incluindo medicação, terapia ou tratamento por eletrochoques - porém, estão esperançosos e planeiam realizar mais testes.
Sarah, de 36 anos, foi a primeira e única paciente até ao momento submetida ao tratamento experimental. A paciente recebeu o dispositivo há mais de um ano e diz que a sua vida mudou radicalmente.
Conforme explica a BBC, o implante, do tamanho de uma caixa de fósforos, está sempre ligado, no entanto apenas emite um impulso elétrico quando percebe que Sarah necessita.
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No passado, a mulher foi submetida a uma série de tratamentos que fracassaram, nomeadamente a toma de antidepressivos e terapia eletroconvulsiva.
"Tinha esgotado todas as opções de tratamento possíveis", contou Sarah à BBC News.
"A minha vida diária tornou-se tão restrita. Sentia-me torturada todos os dias. Mal me movia ou fazia qualquer coisa".
A cirurgia envolveu fazer pequenos orifícios no crânio de modo a encaixar os fios que monitorariam e estimulariam o seu cérebro.
O implante, com bateria e gerador de pulso, foi colocado no osso, sob o couro cabeludo e cabelo.
"Quando o implante foi colocado pela primeira vez, a minha vida deu uma guinada para cima imediatamente. A minha vida voltou a ser agradável", partilhou Sarah.
"Dentro de algumas semanas, os pensamentos suicidas desapareceram".
Passado um ano, Sarah continua a sentir-se bem e sem efeitos colaterais.
A paciente afirma que não sente o dispositivo enquanto este emite impulsos elétricos, contudo explica: "provavelmente posso dizer em 15 minutos que este disparou devido a uma sensação de alerta e energia ou do positivismo que sinto".
Mas afinal, como funciona este aparelho potencialmente revolucionário?
De acordo com a investigadora Katherine Scangos, psiquiatra da Universidade da California, a inovação foi possível localizando os "circuitos da depressão" no cérebro da mulher.
"Encontramos um local, que é uma área chamada corpo estriado ventral, no qual a estimulação eliminou de forma consistente os seus sentimentos de depressão", mencionou à BBC News.
Acrescentando: "e também encontramos uma área de atividade cerebral na amígdala que poderia prever quando os seus sintomas eram mais graves."
Os cientistas destacam que ainda serão necessários mais estudos para testar o tratamento experimental e perceber se este pode ajudar mais pessoas com depressão severa e talvez indivíduos que sofram de outras doenças mentais.
Scangos, que inscreveu dois outros pacientes no teste e espera recrutar mais nove, disse: "temos de observar como esses circuitos variam entre os pacientes e repetir esse trabalho várias vezes".
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