O cancro da próstata é responsável por cerca de duas mil mortes anuais em Portugal, um número que corresponde a mais de 10% dos óbitos por doença oncológica, de acordo com dados partilhados pelo urologista José Sanches Magalhães, fundador do Instituto de Terapia Focal da Próstata.
Com mais de vinte anos de experiência no Instituto Português Oncologia do Porto, Sanches Magalhães afirma que existem mais de seis mil novos casos de cancro da próstata por ano no país, tratando-se do tumor com maior prevalência nos homens, ultrapassando o cancro do cólon e reto e do pulmão. No entanto, a sua deteção numa fase precoce permite o tratamento, com uma taxa de cura que pode ultrapassar os 95%.
De acordo com o especialista, cerca de 90% de todos os cancros deste tipo são detetados quando o tumor está localizado na próstata ou em torno dela, pelo que as taxas de sucesso do tratamento são elevadas, comparativamente com outros tipos de doença oncológica. "Saídos de uma pandemia, em que os cuidados de saúde foram adiados ou até passados para segundo plano, é mais do que nunca, de extrema importância, alertar para este tipo de cancro", considera.
"Na maior parte dos casos, o diagnóstico é feito em fases em que se consegue tratar e erradicar a doença", afirma Sanches Magalhães, sublinhando que, "até em casos que progridem e ultrapassam a fase localizada, ou que são diagnosticados em fases avançadas, as possibilidades de tratamento alteraram-se de forma muito significativa em poucos anos".
Para o urologista, deve ser proposta a hipótese de deteção precoce do cancro da próstata a todos os homens entre os 40 e os 50 anos, bastando para tal a realização de análise ao sangue: o teste do PSA (antigénio específico da próstata).
Sublinha ainda que o cancro da próstata é uma doença geralmente silenciosa e assintomática, em que o aparecimento de sintomas pode acontecer apenas numa fase de doença já avançada. Não há uma idade específica para este problema, embora se desenvolva sobretudo após os 65 anos.
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