Com a toma de três doses da vacina da AstraZeneca, os níveis de anticorpos contra a Ómicron subiram para quantidades semelhantes aos da variante Delta após duas doses, refere a farmacêutica num comunicado.
Mais ainda, os níveis observados após a administração da dose de reforço foram maiores do que os anticorpos neutralizantes encontrados em indivíduos que haviam sido previamente infetados com e recuperado naturalmente da Covid-19 (variantes Alfa, Beta, Delta e a estirpe original do vírus).
Leia Também: Ómicron: Estes sintomas manifestam-se 48 horas após a infeção
Nas amostras obtidas de indivíduos passado um mês de receberem a terceira dose, os anticorpos neutralizaram a variante Ómicron para níveis que foram amplamente semelhantes aos observados um mês após a toma da segunda dose contra a variante Delta, refere o comunicado.
O estudo analisou amostras de sangue colhidas de indivíduos infetados com o novo coronavírus; aqueles que tinham sido vacinados com um esquema de duas doses e uma terceira dose de reforço; e aqueles que tinham relatado infeção prévia de outras variantes da Covid-19.
Adicionalmente, a pesquisa incluiu amostras de 41 indivíduos que receberam três doses do imunizante da AstraZeneca.
O estudo foi realizado de forma independente por investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e os resultados foram publicados online na plataforma bioRxiv.
O professor Sir John Bell, professor de medicina da Universidade de Oxford, e um dos investigadores do estudo, disse: "é muito encorajador ver que as vacinas atuais têm o potencial de proteger contra a Ómicron após uma terceira dose de reforço".
"Estes resultados apoiam a administração de três doses da vacina como parte de uma estratégia contra a Covid-19, especialmente para limitar a propagação de variantes de preocupação, incluindo a Ómicron".
O laboratório anglo-sueco anunciou paralelamente, noutro comunicado à imprensa, que o seu 'cocktail' de anticorpos de longa ação para a prevenção da Covid-19 Evusheld "mantém a sua atividade neutralizadora contra a variante Ómicron", segundo um estudo da Universidade de Oxford e da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos.
Vários estudos recentes, realizados em laboratório, mostram que a taxa de anticorpos diminui contra a variante Ómicron em pessoas vacinadas com Pfizer/BioNTech, Moderna e ainda mais com a vacina da AstraZeneca ou a chinesa Sinovac.
A Pfizer/BioNTech e a Moderna também anunciaram recentemente que uma dose de reforço parece aumentar significativamente a imunidade por anticorpos, mas faltam dados sobre quanto tempo essa proteção dura.
Leia Também: Hospitalizações diminuem até 45% em infetados com a variante Ómicron