Camisas há muitas, mas estas são verdadeiras obras de arte, 100% portuguesas e o nome fica no ouvido: Moseo Artwear. A primeira coleção tem poucas semanas, mas dita o caminho que as três fundadoras da marca querem percorrer.
A ideia nasceu de tempos conturbados, em plena pandemia. Diz-se que a necessidade aguça o engenho e não é por acaso. Em vez de atirar a toalha ao chão, a CEO da Art for You, Ana Cristina Baptista, juntou-se a Lia Gonçalves e à Sílvia Araújo, designers de joias e de moda, respetivamente, e, desta coincidência de 'timings', nasceu uma nova marca de vestuário que traz arte e joalharia para as suas peças.
Com uma vasta experiência na coordenação e organização de exposições, a nível nacional e internacional, Ana Cristina Baptista vem dos bastidores do mundo da cultura, setor que esteve praticamente parado em tempos de confinamento. Mergulhada em incertezas, mas num esforço de manter o otimismo, "comecei por pensar o que é que poderia fazer de diferente, que estivesse relacionado com a arte, e que fosse possível experienciar, viver e sentir", conta ao Lifestyle ao Minuto. "Pensei na portugalidade" como pontapé de saída "e em desafiar alguns dos nossos artistas, cujas obras aplicadas na nossa 'tela em branco', a camisa, poderiam ter um efeito surpreendente", que se traduziu na MOSEO, cuja ideia foi desenvolvida com a ajuda do criativo Hugo Lucas.
"Quando a arte desce das paredes das galerias, museus e espaços de exposição nasce a MOSEO Artwear", resume. José de Guimarães, Fátima Mendonça, Gracinda Candeias, Sofia Areal e Urbano dão alma à primeira coleção da marca.
As camisas, em algodão orgânico, são criadas a partir de uma obra de arte original, autenticada e numerada. Já os botões, em prata reciclada e elaborados através de técnicas manuais, são da autoria de Lia Gonçalves. Todas as peças são produzidas em Portugal e cada série de 150 unidades é irrepetível.
Segundo Ana Cristina Baptista, a MOSEO foi feita para 'pessoas reais'. "Procuramos que seja uma marca transversal e que dê tanto para os apreciadores de arte como para os que gostam de moda ou simplesmente de peças únicas e intemporais", resume a empresária.
Conscientes do impacto da indústria têxtil, o trio adotou a sustentabilidade como algo inevitável. "A MOSEO Artwear vem dar resposta à necessidade de fazer uma mudança de 'mindset' e adotar um modelo de economia circular", afirma Ana Cristina Baptista, sublinhando que "é urgente consumir menos e melhor", mas que "a moda já está a seguir essa tendência".
Para já, o negócio vai de vento em popa. Quanto a uma segunda coleção, "o céu é o limite". "Mas não temos pressa. Acreditamos que devemos avançar devagar, um passo de cada vez - neste caso um lançamento de cada vez." Ainda assim, a criadora levanta um pouco o véu: "Iremos avançar com um concurso anual de jovens talentos e a obra do vencedor será reproduzida numa camisa MOSEO".
O valor de cada camisa é de 350 euros. A marca está disponível online e na Galeria 111, em Lisboa. Enquanto o futuro permanece incerto, a abertura de um espaço próprio não está prevista, mas a presença em galerias e museus, nacionais e internacionais, está prometida.
Percorra a galeria acima para conhecer melhor o trabalho desenvolvido na MOSEO ArtWear.
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