Além dos danos ao coração, a hipertensão não tratada também pode, a longo prazo, impactar o cérebro e a função cognitiva, sugere um estudo divulgado pela Associação Americana do Coração.
As conclusões preliminares do estudo indicam que jovens adultos (entre 20 e 40 anos) com pressão alta apresentaram alterações no cérebro por volta da meia-idade (idade média de 55 anos), o que aumentou o risco de declínio cognitivo na velhice. Os investigadores analisaram mais de 30 anos de exames, incluindo ressonâncias magnéticas, de 142 indivíduos.
Flávio Tarasoutchi, médico cardiologista do hospital israelita Albert Einstein, citado pelo Metrópoles, considera que, apesar da amostra ser reduzida, os dados são relevantes. "Foi surpreendente verificar mudanças cerebrais mesmo na pequena amostra de participantes do estudo. A pressão alta em jovens apresenta, normalmente, consequências mais precoces na função renal, alterações cardíacas, como sobrecarga no coração. Porém, nesta idade, são menos evidentes as alterações cognitivas", refere Tarasoutchi, que também é professor de cardiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no Brasil.
O especialista destaca ainda a importância de avaliar jovens adultos, abaixo dos 30 anos, sobretudo quem tenha casos de doenças cardiovasculares na família.
Estou em risco?
Categorias da pressão arterial:
Risco baixo: 120/80 mm Hg
Risco médio: 121-139/80 - 89 mm Hg
Risco elevado: 140+/90 mm Hg
"Existem algumas exceções a estas categorias: por exemplo, para as pessoas com diabetes consideram-se valores para risco elevado quando a pressão arterial é superior a 130/80", pode ler-se no portal da CUF. Para quem tem mais de 80 anos de idade, "a pressão sanguínea sistólica [mede a força com que o coração contrai e 'expulsa' o sangue do seu interior] deve ser, de um modo geral, inferior a 150".
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