Covid-19. Vacinas evitaram quase 20 milhões de mortes logo no 1.º ano

O estudo indica que se poderiam ter evitado outras 599.300 mortes se tivesse sido cumprido o objetivo da Organização Mundial da Saúde de vacinar 40% da população de cada país no final de 2021.

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© Teresa Nunes/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
24/06/2022 07:21 ‧ 24/06/2022 por Lusa

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Covid-19

Desde a aprovação, em dezembro de 2020, as vacinas contra a Covid-19 evitaram a morte de 19,8 milhões de pessoas, em 31,4 milhões de mortes potenciais, segundo o primeiro estudo que quantificou o impacto à escala mundial.

A maior parte das mortes (12,2 milhões das 19,8) evitou-se nos países de altos e médios rendimentos, uma contundente prova das desigualdades existentes no acesso às vacinas em todo o mundo.

O estudo, indica que se poderiam ter evitado outras 599.300 mortes se tivesse sido cumprido o objetivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% da população de cada país no final de 2021.

Baseado em dados de 185 países, o estudo avalia as mortes evitadas direta e indiretamente pelas vacinas contra a covid-19. Os resultados foram publicados na sexta-feira na revista The Lancet Infectious Diseases.

Liderado por investigadores do Imperial College de Londres, o estudo foi financiado pelas organizações Schmidt Futures & Rhodes Trust, a OMS, o Medical Research Council do Reino Unido, a Fundação Bill and Melinda Gates, e a Community Jameel, entre outros.

O trabalho conclui que as vacinas reduziram em mais de metade o número potencial de mortes durante a pandemia no primeiro ano (63 %). Das quase 20 milhões de mortes que se evitaram, quase 7,5 milhões eram nos países em que chegou a iniciativa COVAX, uma aliança subscrita por 190 países para garantizar o acesso equitativo a estes medicamentos.

Para Oliver Watson, autor principal do estudo e investigador do Imperial College, estes resultados demonstram que as vacinas "salvaram milhões de vidas. Mas poderia ter-se feito mais". "Se tivessem sido alcançados os objetivos fixados pela OMS, calculamos que poderiam ter-se salvado aproximadamente uma em cada cinco das vidas que se calcula que se tenham perdido por causa da covid nos países de baixos rendimentos". Até agora, vários estudos trataram de estimar o impacto da vacinação na pandemia, mas este é o primeiro que se faz a nível mundial.

Os investigadores usaram dados de mortes por covid notificadas entre 08 de dezembro de 2020 e 08 de dezembro de 2021 e tiveram em conta a subnotificação das mortes nos países com sistemas de vigilância mais débeis (a China não se incluiu devido à numerosa população e às medidas de bloqueio, que adulterariam os resultados).

A equipa descobriu que neste período, a vacinação evitou aproximadamente 19,8 milhões de mortes das 31,4 milhões de mortes potenciais. A proteção indireta das vacinas evitou 4,3 milhões de mortes. As vacinas ajudaram a reduzir a transmissão do vírus e reduziram a carga nos sistemas de saúde.

Em geral, o número estimado de mortes evitadas foi maior nos países de elevados rendimentos, o que reflete o desenvolvimento mais antecipado e mais amplo das campanhas de vacinação nestas áreas. Os 83 países incluídos na análise e que recorreram à ajuda da COVAX, evitaram 7,4 milhões de mortes de um potencial de 17,9 milhões (41%).

Calcula-se que o incumprimento do objetivo da COVAX de vacinar 20% da população de cada país tenha provocado 156.900 mortes adicionais (132.700 das quais apenas em África).

Leia Também: É possível evitar a Covid-19 nos comboios?

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