Não são só lesões na pele. Cientistas alertam para novos sintomas

Saiba o que revela um estudo publicado recentemente no The New England Journal of Medicine.

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Notícias ao Minuto
25/07/2022 07:37 ‧ 25/07/2022 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Vírus Monkeypox

Um estudo sobre os sintomas provocados pelo vírus Monkeypox revela que a esmagadora maioria (95%) dos casos são transmitidos por via sexual. Segundo o documento, publicado recentemente no The New England Journal of Medicine, os cientistas também observaram novos sinais clínicos, como lesões genitais únicas.

A investigação, liderada por cientistas da Queen Mary University of London, analisou 528 infeções confirmadas em 16 países, entre 27 de abril e 24 de junho deste ano. Os investigadores descobriram que, apesar de a maioria dos infetados ter desenvolvido sintomas semelhantes aos da gripe e da varicela, alguns também apresentaram lesões genitais e feridas no ânus e na boca – que, até então, não tinham sido relatados. Os dados mostram que uma em cada 10 pessoas tiveram apenas lesões na pele da região genital e 15% sentiram dores no ânus. Estes são semelhantes aos de infeções sexualmente transmissíveis e, segundo os autores do estudo, podem levar a erros de diagnóstico.

"É importante enfatizar que a Monkeypox não é uma infeção sexualmente transmissível no sentido tradicional. Pode ser adquirida através de qualquer tipo de contacto físico próximo", como gotículas respiratórias e potencialmente através de roupas e outras superfícies, explicou, em comunicado, o principal investigador do estudo publicado The New England Journal of Medicine, John Thornhill. No entanto, acrescenta: "O nosso trabalho sugere que a maioria das transmissões até agora está relacionada à atividade sexual - principalmente, mas não exclusivamente, entre homens que fazem sexo com homens".

Recorde-se que, tendo em conta a extensão do surto a mais de 70 países, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos uma emergência global. Apesar da falta de consenso entre os membros do comité de emergência, a decisão foi anunciada no sábado, 23 de julho, pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. 

De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal contabiliza 588 casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox, 73 dos quais notificados na última semana.

Leia Também: Portugal já implementou medidas fundamentais para responder ao Monkeypox

O que fazer se apresentar sintomas de Monkeypox:

A DGS recomenda que quem apresente lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, procure aconselhamento médico e evite o contacto próximo com os outros. É ainda recomendada a higienização das mãos com regularidade.

O vírus Monkeypox foi descoberto, pela primeira vez, em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).

O primeiro caso humano de infeção foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.

Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia podem ser usados como prevenção e tratamento. O tempo de incubação é, geralmente, de sete a 14 dias, e a doença, endémica na África Ocidental e Central, dura, em média, duas a quatro semanas.

Leia Também: OMS declara Monkeypox emergência de saúde global

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