Células estaminais podem ser utilizadas no tratamento de diabetes tipo 1
Os resultados deste ensaio clínico indicam que as células estaminais têm efeitos benéficos em crianças com diabetes.
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Os resultados de um ensaio clínico, divulgado recentemente, indicam que as células estaminais mesenquimais podem vir a ser um potencial tratamento para crianças com diabetes tipo 1.
Segundo a Federação Internacional de Diabetes, a doença é um dos problemas de saúde global do século XXI com crescimento mais rápido – dos atuais 537 milhões de diabéticos, devemos passar a 643 milhões, em 2030, e alcançar os 783 milhões, em 2045.
Os doentes com diabetes tipo 1 dependem da administração diária de insulina ao longo da sua vida, o que pode levar à progressiva resistência do organismo e à sua perda de eficácia, gerando a necessidade de investigação pela procura de novas abordagens terapêuticas.
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"Pela capacidade de regularem a atividade do sistema imunitário e poderem preservar a função das células produtoras de insulina, as células estaminais mesenquimais têm vindo a ser testadas em contexto de diabetes tipo 1", explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, em comunicado, acrescentando que "foi esta a base para a realização de um novo ensaio clínico, que procurou averiguar a eficácia da administração intravenosa de células estaminais mesenquimais a doentes com diabetes tipo 1".
Neste ensaio, que teve duas fases, participaram 21 doentes recentemente diagnosticados com diabetes tipo 1, que foram divididos em dois grupos. Inicialmente, o grupo A recebeu duas doses de células estaminais mesenquimais, e o grupo B recebeu solução salina (placebo). Após um ano, os participantes tratados com células estaminais receberam placebo e vice-versa.
Comparando os resultados de ambos os grupos, verificou-se que o tratamento com células estaminais esteve associado a um melhor controlo dos níveis de glicémia, ao aumento dos níveis de moléculas anti-inflamatórias no sangue e, segundo os questionários respondidos pelos participantes, a melhorias na sua qualidade de vida.
A análise comparativa dos resultados do grupo que recebeu células estaminais na altura do diagnóstico, com os do grupo tratado um ano depois, revelou que a administração destas células numa fase mais precoce parece ser mais vantajosa.
O exercício físico regular foi outro parâmetro avaliado. Os participantes que realizaram mais de três horas e meia de exercício físico por semana, adicionalmente à terapia com células estaminais, registaram uma diminuição significativa dos níveis de hemoglobina glicosilada (o que indica um melhor controlo da glicémia), e aumentaram a quantidade de insulina endógena, comparativamente com os que não praticaram exercício físico dentro dos níveis recomendados.
Trata-se de um tratamento em fase experimental, sendo necessário realizar mais estudos que permitam a sua otimização, de forma que este possa ser incorporado na prática clínica.
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