A nutrição tem implicações no crescimento e desenvolvimento das crianças, sendo que logo após o nascimento devem ser adotadas as melhores práticas na alimentação. A amamentação não tem uma duração ideal – sendo o melhor alimento até aos dois anos de vida, é recomendado o seu uso exclusivo nos primeiros seis meses, podendo ser mantido com a introdução de outros alimentos enquanto a mãe e a criança assim o desejarem.
Importa Educar e Apoiar as mães, as famílias e a sociedade em geral, para que se possa Fortalecer a Amamentação – e esse é o lema da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2022.
Em Portugal alguns estudos demonstram que mais de 90% das mulheres iniciam o aleitamento materno, contudo, quase metade desiste no primeiro mês de vida do bebé.
Pedro Correia Azevedo© DR
Ainda existe um caminho muito importante para fortalecer a mensagem e reduzir os receios da amamentação, desde logo através:
- da preparação para a amamentação antes do nascimento com apoio e aconselhamento aos pais pelos profissionais de saúde;
- da promoção da amamentação logo após o nascimento;
- do estabelecimento e a manutenção da amamentação através de um aconselhamento adequado;
- da proteção social e comercial da amamentação enquanto boa prática.
O leite materno é um alimento completo e de fácil digestão que tem muitas vantagens para a criança, nomeadamente a prevenção de infeções gastrintestinas, respiratórias e urinárias, mas também de algumas alergias, ajuda na regulação térmica corporal, facilita a introdução de outros alimentos e reduz o risco de obesidade infantil. A longo prazo, adultos que tenham sido expostos ao leite materno têm menos incidência de hipertensão, diabetes e linfomas. Sob o ponto de vista materno a amamentação promove a contração do útero e facilita a perda de peso após o parto, promove a vinculação ao bebé, reduz o risco de cancro de mama e do ovário e reduz o risco de osteoporose. Tudo isto aliado a um baixo custo financeiro e, em Portugal, a proteção social – as mães que amamentam podem solicitar ajuste do horário laboral.
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Existem contraindicações temporárias para o aleitamento materno como por exemplo herpes com lesões mamárias, tuberculose não tratada ou o uso de alguns medicamentos – nessas alturas a produção de leite deve ser estimulada e o bebé alimentado com uma alternativa. Existem raras situações em que a amamentação está contraindicada de forma absoluta: é o caso das mães com HIV/SIDA e nos bebés com galactosémia. Como alternativas à amamentação, a OMS recomenda os bancos de leite, as amas de leite e as fórmulas de leite adaptado.
A COVID-19 não é uma contra-indicação para a amamentação e a vacinação contra a Covid-19 está recomendada em grávidas e em mulheres que se encontrem a amamentar.
Numa altura em que vivemos a pandemia COVID-19 e o mundo experiência vários conflitos geopolíticos, temas com a segurança alimentar devem fazer parte das nossas preocupações. Nesta configuração social global faz sentido promover as melhores práticas e, claramente, amamentar é um dos melhores exemplos. Para isso, em sociedade, devemos estar conscientes da necessidade de Fortalecer a Amamentação!
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