Portugal participa num projeto europeu que vai estudar o impacto da radiação cósmica e solar (ultravioleta) no ambiente e na saúde humana e criar uma base de dados que servirá de suporte à investigação de doenças como o cancro.
O projeto Biosphere (Biosfera em português), financiado com 1,85 milhões de euros, tem a participação do Centro de Física e Investigação Tecnológica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a única instituição científica portuguesa entre as 22 europeias que se associaram ao projeto.
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Filipe Ferreira da Silva, especialista em física molecular que coordena a equipa portuguesa, disse hoje à Lusa que o projeto visa "desenvolver ferramentas, metodologias e infraestruturas de medida necessárias", como sensores de medição e detetores, "para avaliar o impacto da radiação cósmica e radiação solar na biosfera terrestre".
A informação recolhida servirá "como suporte a decisões políticas europeias" nas áreas do clima e saúde.
O Centro de Física e Investigação Tecnológica vai focar-se no "estudo e descrição de processos moleculares que afetam a camada de ozono" da atmosfera.
Estes processos serão estudados no laboratório de colisões de átomos e moléculas, onde é analisada a interação de eletrões (partículas subatómicas) com compostos químicos - naturais ou de origem humana - existentes na atmosfera.
O projeto irá medir também os efeitos da radiação em diferentes tipos de células, como as da pele, permitindo criar uma base de dados com "impacto e relevância" para a investigação de "doenças causadas pela radiação, nomeadamente cancro", adiantou Filipe Ferreira da Silva.
O Biosphere, cuja primeira reunião de trabalho se realiza em novembro, na Alemanha, tem a duração de três anos.
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