Os laboratórios norte-americanos Moderna e Merck anunciaram esta terça-feira, 13 de dezembro, os resultados preliminares positivos para a sua vacina de RNA mensageiro em desenvolvimento contra o cancro de pele, quando tomada em combinação com um medicamento anticancerígeno.
Num ensaio com cerca de 150 pessoas com melanoma, a toma da vacina juntamente com o medicamento anticancerígeno Keytruda reduziu o risco de reaparecimento do cancro ou morte em 44%, em comparação com pessoas tratadas apenas com o medicamento. "Pela primeira vez, demonstrámos o potencial do RNA mensageiro para ter impacto num ensaio clínico aleatório em melanoma", disse o chefe da Moderna Stephane Bancel.
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Moderna e Merck, conhecidas como MSD fora da América do Norte, tencionam publicar em breve os resultados completos do ensaio, que ainda não foi objeto de revisão pelos pares, e lançar os chamados ensaios da fase 3 em 2023, envolvendo um número muito maior de doentes.
A tecnologia do RNA mensageiro provou ser fundamental na luta contra a pandemia da covid-19. A Moderna foi uma das primeiras farmacêuticas, juntamente com a Pfizer-BioNTech, a propor uma vacina contra a covid-19 utilizando o RNA mensageiro. Esta tecnologia é considerada promissora na luta contra muitas outras doenças.
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O medicamento anticancerígeno Keytruda está aprovado nos Estados Unidos. A vacina contra o melanoma que está a ser desenvolvida é "personalizada, concebida e produzida com base na assinatura mutacional única" identificada no tumor do paciente, segundo Bancel.
No ensaio, os pacientes foram submetidos a uma cirurgia para remover o tumor antes de receberem o tratamento, até nove doses de vacina. Cerca de 325 mil novos casos de melanoma foram diagnosticados em todo o mundo em 2020, diz a declaração.
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