Criar é, definitivamente, um dos verbos do momento. Que o diga Inês Fonseca, de 29 anos, a mente por detrás da Pandã, uma presença recente no panorama da moda nacional.
Depois de uma licenciatura em Design, um estágio interrompido numa marca independente e de ter trabalhado em várias lojas de roupa, apostou todas as fichas num negócio próprio. Não, Inês não descobriu a 'pólvora', mas juntou força de vontade a padrões e cortes escolhidos a dedo para criar uma marca que é tudo o que nome promete.
As peças mais cool da estação são desta marca orgulhosamente portuguesa
O olhar refinado herdou do pai, empresário na área do têxtil-lar e retrosaria, mas o gosto pelos trapos vem desde os tempos em que guardava velhas roupas num baú. "Eram peças antigas e estranhas que apareciam lá por casa, mas que, aos meus olhos, eram perfeitas para criar personagens. Usava-as para pequenos teatros na escola, apresentações, festas temáticas ou no Carnaval", conta ao Lifestyle ao Minuto.
"Depois de ter abandonado o estágio profissional em Londres e de estar a trabalhar com o meu pai durante uma temporada, fui-me apercebendo, aos poucos, que nenhum dos trabalhos em moda me iria permitir fazer o que tinha em mente e da forma que queria", lembra. O tempo foi passando e a vontade de criar peças "de uma forma que já não se via", desde o aparecimento das 'fast fashion', foi crescendo. O resultado está à vista desde 22 de outubro do ano passado.
A romântica, cosmopolita e arrojada Pandã é uma 'herança' da extinta Inês Fonseca, marca homónima criada na Alemanha, em 2020, com um conceito semelhante, mas focada, sobretudo, na criação de casacos. As peças são produzidas cá dentro, num atelier em Leiria, e entre camisas, tops, calças, saias e vestidos, há muito por onde escolher.
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Os tecidos utilizados são, maioritariamente, restos de stock de fábricas portuguesas. Inês dá prioridade a fibras naturais, como o algodão, o linho e a lã, pelo facto de apresentarem "uma qualidade superior, serem mais confortáveis e mais facilmente biodegradáveis". Além disso, também é usada a tradicional chita de Alcobaça, onde foi fundada a primeira fábrica que produziu este tecido, em 1774.
"A sustentabilidade será sempre uma preocupação central para a Pandã", defende. Essa é, aliás, a razão por detrás da primeira decisão tomada já em 2023: "Trabalhar apenas com soluções de 'packaging'/'labeling' recicladas, sem utilização de plásticos, bem como opções de 'shipping' com emissões reduzidas".
Desde a estreia, a marca está totalmente orientada para o digital. Atualmente, encontra-se disponível online e ocasionalmente em mercados de design por Lisboa. Ainda assim, Inês tem planos para "estar em alguns pontos de venda em Lisboa e no Porto, juntamente com outras marcas independentes e de design consciente para que quem gosta das peças tenha a possibilidade de ver as roupas ao vivo e experimentá-las".
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Os preços das peças variam entre os 50 e os 190 euros. "Tudo depende do custo dos materiais e horas de mão de obra envolvidos na criação das peças."
Para este ano, os objetivos estão traçados: "Quero introduzir vestuário para um público mais alargado, criar novas coleções cápsula e campanhas sazonais muito especiais". "Há espaço para fazer as coisas de uma forma diferente e melhor. É nessas soluções que nos podemos focar tanto como criadores, como consumidores conscientes e responsáveis", defende a empreendedora.
Agora que lhe aguçámos a curiosidade, percorra a galeria acima e espreite alguns dos modelitos da Pandã.
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