Mudança da hora. Afinal, faz bem ou mal à saúde? Toda a verdade!

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a psicóloga Joana Sousa aponta os perigos da mudança da hora, partilha dicas e questiona a relevância destes acertos.

Notícia

© Shutterstock

Ana Rita Rebelo
25/03/2023 08:30 ‧ 25/03/2023 por Ana Rita Rebelo

Lifestyle

Entrevista

Os dias estão a ficar mais longos. Na madrugada deste domingo voltamos a mexer nos ponteiros do relógio para avançar 60 minutos. Acontece que a mudança da hora causa não só perturbações no sono como desregula o corpo humano. "Algumas pessoas levam até cerca de uma semana para se adaptarem completamente", adverte a psicóloga Joana Sousa ao Lifestyle ao Minuto.  

"Como psicóloga clínica, estou em consonância com a opinião de alguns especialistas da área da medicina do sono, que alertam para os prejuízos da mudança de horário. Defendo o fim da mudança", admite a responsável. 

Leia Também: Está quase! É já no domingo que vai 'perder' uma hora de sono

Afinal, a alteração dos ponteiros do relógio faz bem ou mal à saúde?

Cada vez mais especialistas na área do sono defendem que a mudança para o horário de verão acarreta efeitos negativos para a saúde, nomeadamente, alteração do ritmo circadiano  - o horário de inverno é o que mais se identifica com o nosso relógio interno -, alterações de humor, possíveis descompensações cardiovasculares e metabólicas, ansiedade e estados depressivos.

Notícias ao Minuto © Joana Sousa

Quando a hora muda, o que acontece exatamente no nosso corpo?

O nosso organismo regula-se pelo ciclo dia/noite. Temos ritmos circadiários. A ação de todas as hormonas tem uma hora estabelecida e, se a hora muda, todo o organismo fica desregulado, sendo necessário tempo para o mesmo se adaptar ao novo horário. Algumas pessoas levam até cerca de uma semana para se adaptarem completamente.

Pessoas que já apresentam dificuldades em relação ao sono, deprimidas, ansiosas, idosas e os adolescentes são as mais afetadas

Quais os sintomas provocados pela mudança de hora?

Existe prevalência de insónias, sono fragmentado, dores de cabeça, cefaleias, náuseas, ansiedade, falta de atenção, dificuldades de memória, alterações de humor.

Quem é mais afetado pela mudança?

Pessoas que já apresentam dificuldades em relação ao sono, deprimidas, ansiosas, idosas e os adolescentes são as mais afetadas. Nestes grupos, a sincronização do organismo pode ser mais lenta.

Como é que podemos minimizar os efeitos para que a transição não seja tão brusca?

Deve-se fazer uma adaptação gradual. Por exemplo: levantar-se e fazer as refeições para que a mudança de horário não seja agressiva para o organismo. Também podemos evitar as sestas, o exercício físico tardio e deixar de utilizar dispositivos electrónicos. Nas minhas consultas sugiro inúmeras vezes aos pacientes que realizem técnicas de relaxamento, de auto hipnose para fazer esta adaptação de forma mais tranquila e saudável. 

Defende o fim da mudança da hora?

Como psicóloga clínica estou em consonância com a opinião de alguns especialistas da área da medicina do sono, que alertam para os prejuízos da mudança de horário. Defendo o fim da mudança, aproximando o máximo possível da hora solar, pois o nosso organismo regula-se por esse ciclo dia/noite. Esse é o ciclo ideal. Desse modo, muitas das problemáticas associadas diminuiriam significativamente, além de que seria uma medida que iria promover bem-estar e saúde e, como sabemos, mais qualidade de vida também significa maior produtividade. 

Leia Também: O seu mal é sono! Sabe porque é tão importante dormir? Olhe que não

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas