A Novo Nordisk anunciou recentemente que o seu medicamento indicado para a obesidade, comercializado com o nome Wegovy, também reduz em 20% as hipóteses de doenças cardíacas graves como o enfarte e o acidente vascular cerebral. O novo estudo corrobora os resultados preliminares anunciados em agosto deste ano.
O Wegovy usa a semaglutida como princípio ativo, a mesma substância do Ozempic (medicamento injetável para a diabetes), mas mas em maior quantidade. O remédio melhora a absorção de açúcar no organismo e diminui o apetite.
Leia Também: Dos sintomas ao tratamento. O bê-à-bá da insuficiência cardíaca
O estudo contou com a participação de 17 mil pessoas com índices de massa corporal acima de 27 (considerado excesso de peso ou obesidades) e sem diabetes. Metade do grupo recebeu Wegovy durante dois anos, enquanto os restantes tomaram placebo pelo mesmo período. Os participantes não foram orientados a seguir nenhuma dieta específica ou a praticar exercício físico.
Entre os indivíduos que tomaram o farmáco, 6,5% tiveram ataques cardíacos, sofreram um enfarte ou morreram de causas relacionadas com o coração ao longo dos 48 meses observados. Entre os restantes participantes, a porcentagem aumentou para 8%. Nos enfartos a diferença entre os grupos foi de 28%. A menor discrepância foi observada nos casos de AVC (7%.)
Leia Também: Viver com insuficiência cardíaca. Um testemunho na primeira pessoa
Além disso, as pessoas que usaram Wegovy apresentaram menos hipótese de desenvolver diabetes; perderam 9,4% do peso corporal, em comparação com 0,9% que tomou placebo; reduziram a circunferência da cintura em mais 6,6 centímetros em relação aos que não tomaram o medicamento; e tiveram maiores reduções na pressão arterial.
Contudo, "ainda não está claro até que ponto os resultados do estudo dependiam da perda de peso, das reduções concomitantes nos fatores de risco ou de outros mecanismos salutares do uso do Wegovy", escreveu o cardiologista Amit Khera, responsável pela revisão dos resultados publicados no New England Journal of Medicine.
Leia Também: Epidemia silenciosa. Quando é que uma dor nas costas é alarmante?
