É possível hidratar demasiado a pele? Dermatologista esclarece a dúvida

Existem múltiplas tendências de 'skincare' (cuidados da pele, em português) populares entre indivíduos de todas as idades. Mas nem todas são eficazes. É importante concentrar-se sempre no mais simples e importante: a hidratação.

"Uma pele saudável significa, entre outras coisas, uma pele hidratada e com luminosidade", explica Marta Ribeiro Teixeira, uma dermatologista, ao Lifestyle ao Minuto. Para isso contribuem fatores como "um estilo de vida saudável e cuidados de 'skincare'", acrescenta a especialista.

Claro, a escolha do melhor hidratante depende de vários fatores, como "o tipo de pele, a presença ou não de determinados problemas ou patologias, o momento do dia (manhã ou noite), a estação do ano, assim como da fase da vida e idade de cada um".

Notícias ao Minuto É dermatologista na Clínica Espregueira do Porto© Marta Ribeiro Teixeira

É possível hidratar demasiado a pele? Quais são as consequências?

Convém não confundir oleosidade com hidratação e luminosidade. Todas as peles necessitam de hidratação. Contudo, a intensidade da hidratação necessária e a escolha dos produtos necessários para esse efeito diferem conforme o tipo de pele.

Por exemplo, nos tipos de pele oleosa e com tendência acneica, a escolha de cremes com texturas demasiado ricas e com óleos na sua composição podem levar a uma desregulação da pele e, por consequência, a problemas de oleosidade e de acne.

Em que consiste uma rotina de cuidados de pele correta? Deve mudar consoante as estações do ano?

Não existe uma rotina de 'skincare' correta para todos os tipos de pele. Normalmente, a pele fica mais seca durante os meses de inverno. Para isto contribuem vários fatores, sendo os mais importantes as temperaturas frias e a baixa humidade do ar. O rosto é uma das regiões mais expostas a estas condições climatéricas, por isso, também necessita de cuidados especiais. Em muitos casos, é necessários aumentar os cuidados com a hidratação durante o inverno e escolher cremes com texturas mais ricas, para combater os efeitos das temperaturas frias.

Para quem sofre de pele seca, a limpeza do rosto deve ser suave, com produtos que não desidratem a pele. Deve-se optar por fórmulas com pH neutro, sem perfumes e sem detergentes. Para além disso, o uso diário de creme hidratante é muito importante. Em caso de pele seca pode aplicar-se o creme hidratante em pele humedecida (por exemplo com água termal) para aumentar a sua absorção e eficácia. Na altura de escolher o creme hidratante, recomendam-se produtos que tenham na sua composição ácido hialurónico, ceramidas e niacinamida.

Já nas peles oleosas e acneicas devem utilizar-se séruns, loções ou cremes de texturas mais leves e 'oil-free'. É recomendado ainda a utilização de um gel lavante duas vezes ao dia de modo a diminuir a acumulação de células mortas, sebo e bactérias nos folículos. Este produto de limpeza não deve ser demasiado agressivo.

Peles com tendência oleosa e acneica beneficiam na rotina noturna do uso de substâncias como, por exemplo, retinóides, ácido azelaico, niacinamida, AHA, BHA, peróxido de benzoilo, etc. Estes produtos podem ser usados individualmente e, em alguns casos, combinados.

De lembrar que o uso de algumas destas substâncias, sobretudo os retinóides e o ácido salicílico são contraindicadas em caso de gravidez e amamentação. É fundamental o aconselhamento dermatológico.

De uma forma geral, todas as rotinas de 'skincare' deveriam incluir de manhã, após a limpeza da pele, um sérum antioxidante. Existem diversos produtos atualmente no mercado, a maioria deles à base de vitamina C. A sua escolha deve ser baseada no tipo de pele.

Estes ajudam a nossa pele a proteger-se de agressões externas como os efeitos nocivos da radiação ultravioleta e da poluição nas suas diferentes formas. Além disso, deixam a pele mais radiante e luminosa, uniformizam o tom de pele e combatem manchas.

Claro, o protetor solar deve fazer parte de TODAS as rotinas de 'skincare' e deve ser usado ao longo de todo o ano.