Tendo em conta os padrões de utilização de antidepressivos, as mulheres podem ter "mais dificuldade em adaptar-se emocionalmente ao divórcio ou a uma separação numa fase mais avançada da vida do que os homens", sugere um estudo disponibilizado recentemente online no Journal of Epidemiology & Community Health.
Mais especificamente, os investigadores registaram um aumento na utilização de antidepressivos em ambos os sexos no período que antecedeu e imediatamente após um divórcio, uma rutura ou um luto, mesmo assim "a utilização destes medicamentos pelas mulheres foi superior", explicam.
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Para além disto, concluíram ainda que "o reagrupamento familiar estava associado a uma ligeira redução da utilização de antidepressivos em ambos os sexos", mas "essa redução foi particularmente curta nas mulheres".
Para chegarem a estas conclusões, os investigadores decidiram seguir os padrões de utilização de antidepressivos, nos anos entre 1996 e 2018, em mais de 220 mil idosos finlandeses, com idades entre os 50 e os 70 ano. O que tinham em comum? Divórcio, uma separação ou luto.
Por exemplo, tanto os homens como as mulheres cujos parceiros morreram aumentaram a sua utilização de antidepressivos entre quatro a um ano antes do acontecimento, "com um aumento acentuado nos três meses anteriores e nos três meses posteriores: um pouco menos de 5,5% nos homens; quase 7% nas mulheres". Claro, "a utilização diminuiu posteriormente, mas manteve-se mais elevada do que antes", acrescentam.
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Do mesmo modo, "a utilização de antidepressivos aumentou nos seis meses anteriores ao divórcio em ambos os sexos: 5% nos homens e 7% nas mulheres". Já imediatamente após o divórcio, "a utilização de antidepressivos diminuiu tanto para os homens como para as mulheres, estabilizando ao fim de um ano". Mesmo assim, "o consumo de antidepressivos manteve-se mais elevado do que antes do divórcio", explicam.
Quando o cenário envolvia separações, as mulheres aumentaram significativamente a sua utilização de antidepressivos nos quatros anos que precederam o acontecimento. O que também aconteceu com os homens, mas em quantidades menores: "pouco mais de 3% contra 6% das mulheres".
Mais tarde, no espaço de um ano, "a utilização de antidepressivos voltou ao nível registado 12 meses antes da separação e, posteriormente, manteve-se nesse nível entre os homens". Infelizmente, no caso das mulheres, a "utilização de antidepressivos diminuiu ligeiramente imediatamente a seguir à separação e foi de curta duração, aumentando novamente a partir do primeiro ano".
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