O nível de proteção da vacinas contra a mpox diminui muito mais cedo do que se julgava até aqui, segundo dois estudos feitos por investigadores holandeses e suecos. As conclusões serão apresentadas durante o Congresso Europeu de Microbiologia no final de abril, mas foram já adiantados alguns dados à imprensa.
O estudo sueco indica que há declínio significativo de anticorpos contra o vírus durante o primeiro mês após a vacinação, sobretudo em indivíduos que não foram vacinados anteriormente. Os cientistas analisaram exames de sangue de 100 homens que receberam a vacina contra a mpox. Os testes foram feitos em quatro fases: antes da primeira e da segunda doses, um mês depois e três meses após o reforço.
Já a investigação holandesa indica que a quantidade de anticorpos em pessoas vacinadas cai abruptamente após um ano.
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Para os investigadores suecos, pode ser importante pensar em doses de reforço. "Embora a transmissão de mpox esteja estável em níveis mínimos, deve equacionar-se a possibilidade de uma terceira dose da vacina para avaliar a sua eficácia", afirma a investigadora Klara Sonden, do Instituto Karolinska, da Suécia.
Recorde-se que a doença, também conhecida como varíola dos macacos, foi registada pela primeira vez em humanos em 1970 na RDCongo. Caracteriza-se, em particular, por erupções cutâneas nos órgãos genitais ou na boca e pode ser acompanhada de febre, dor de garganta e/ou dor nos gânglios linfáticos.
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