Portugal regista cerca de três mil casos de cancro de cabeça e pescoço anualmente. É o sétimo mais comum por cá. O consumo excessivo de álcool e o tabagismo são fatores de risco. O que acontece é que a maioria dos doentes é diagnosticado em fase avançada da doença o que obriga a tratamentos mais agressivos. Porém, essa realidade pode ter os 'dias contados', depois de um grupo de investigadores do King's College London ter descoberto uma bactéria com potencial para tratar a patologia.
O estudo, publicado na revista Cancer Communications, revela que estão em causa bactérias do tipo Fusobacterium, que costumam viver naquele espaço entre os dentes e as gengivas. De acordo com os autores do estudo, o patógeno conseguiu 'derreter' as células cancerígenas em experiências feitas em laboratório.
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Numa primeira fase do estudo, os investigadores concluíram que doentes com mais bactérias do tipo Fusobacterium apresentam um prognóstico mais favorável. Depois, após infeção pelas bactérias, foi verificada uma redução de 70% a 99% no número de células cancerígenas. A destruição ocorre a partir da libertação de moléculas tóxicas.
Em ambos os casos, serão necessários mais testes para que esta bactéria se torne um biomarcador oficial e possa ser usada diretamente no tratamento de doentes com cancro.
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