Um novo estudo publicado na Nature Machine Intelligence revela que foi desenvolvida uma Inteligência Artificial (IA) que é capaz de distinguir entre células cancerígenas e as saudáveis. No futuro, poderá ser uma importante ferramente para o tratamento da doença.
A nova ferramente foi batizada de AI of the Nucleus (AINU) e faz um scan de alta resolução das células, com uma técnica microscópica designada de STORM. Depois, é criada uma imagem com muitos mais detalhes do que um microscópio comum.
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Desta forma, será possível detetar alterações cinco mil vezes mais pequenas do que a largura de um fio de cabelo. "A resolução das imagens é poderosa o suficiente para reconhecer padrões específicos com notável precisão, incluindo mudanças na forma como o ADN é organizado nas células", revela Pia Cosma, uma das responsáveis pelo estudo.
"No futuro, este tipo de informação irá permitir aos médicos ganhar tempo para controlar a doença, personalizar tratamentos e melhorar os resultados dos pacientes", continua.
Ignacio Arganda-Carreras, outro dos autores do estudo, revela que muitas vezes o diagnóstico é feito com base em sintomas visíveis ou grandes mudanças no corpo. "Com a AINU iremos ver imediatamente pequenas alterações no núcleo da célula."
Apesar das boas notícias, existem alguns entraves para a implememtação desta solução. Uma deles tem a ver com a recolha das imagens STORM, que apenas é feita com equipamentos especializados e laboratórios específicos. Será também necessário um investimento significativo.
Outro problema passa pelo facto de serem analisadas poucas células de uma vez. Será necessário algum tempo para cobrir uma área maior. Ainda assim, há esperança.
"Existem muitos avanços rápidos no campo da imagem STORM. Assim, os microscópios poderão em breve estar disponíveis em laboratórios menores."
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