Saúde reprodutiva. Consumo regular de canábis preocupa médicos

Samuel Ribeiro, especialista em ginecologia e obstetrícia, e em medicina da reprodução, sublinha que o consumo de produtos derivados da canábis pode afetar a fertilidade, tanto masculina como feminina.

Notícia

© Shutterstock

Notícias ao Minuto
04/02/2025 14:49 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Saúde reprodutiva

O consumo regular de canábis, muitas vezes diário, está a preocupar os médicos devido ao impacto que esta substância ilícita pode ter na saúde reprodutiva de mulheres e homens. Para além da sua natureza viciante, "muitos destes consumidores estão em idade fértil e podem, mais tarde, ver diminuir as hipóteses de constituir uma família", alerta Samuel Ribeiro, especialista em ginecologia e obstetrícia, e em medicina da reprodução, num comunicado do IVI Lisboa.

 

O médico sublinha que o consumo de produtos derivados da canábis pode afetar a fertilidade, tanto masculina como feminina. O uso recreativo da substância ilícita tem sido associado a alterações nas hormonas reprodutivas, no ciclo menstrual e nos parâmetros do sémen. "O uso de canábis em homens também tem sido associado à disfunção erétil, espermatogénese anormal e atrofia testicular. Em mulheres, a exposição a produtos derivados da canábis tem sido associada à infertilidade e à implantação e desenvolvimento anormais do embrião", explica Samuel Ribeiro.

Notícias ao Minuto Samuel Ribeiro, especialista em ginecologia e obstetrícia, e em medicina da reprodução© IVI Lisboa

De acordo com dados do V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, promovido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, em 2022,a canábis foi, uma vez mais, a substância ilícita com as maiores prevalências de consumo ao longo da vida e de consumo recente e atual, seja na população total (15-74 anos) seja na população jovem e jovem adulta (15-34 anos).

Leia Também: A pensar na procriação medicamente assistida? Eis tudo o que deve saber

"O facto de os produtos derivados da canábis terem uma elevada prevalência nos jovens adultos e também uma maior taxa de continuidade é preocupante, pois pode hipotecar o futuro destes jovens no papel de pais. É preciso lembrar que o consumo tem impacto na saúde de modo geral, onde se inclui a capacidade reprodutiva", frisa o médico.

E estes efeitos são reversíveis?

No caso dos homens, o sémen tem um ciclo de formação de cerca de 70 dias, pelo que, é preciso ter em conta a redução de eventuais hábitos nocivos, nos três meses que antecedem o início da tentativa de gravidez ou tratamento de reprodução assistida. Quanto às mulheres que consomem regularmente esta droga, é um pouco mais complicado, uma vez queos distúrbios hormonais podem levar à anovulação, ou seja, à ausência de libertação de óvulos. Além disso, afeta as trompas de Falópio, dando mesmo origem à possibilidade de uma gravidez ectópica e a um risco acrescido de aborto espontâneo.

"Ao contrário de outras drogas, a canábis é uma substância relativamente acessível, para além da falsa perceção social de que é menos viciante, pelo que o seu consumo é mais frequente em pessoas em idade reprodutiva. Devemos sempre levar uma vida saudável em todos os sentidos. Mas, se a maternidade ou a paternidade estão entre os nossos projetos, o abuso de substâncias deve estar sempre fora da equação", conclui.

Leia Também: Endometriose. "Um dos mitos é o de que é normal ter dor na menstruação"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas