“Uma alimentação mais saudável e pura pode já ser considerada um distúrbio psicológico ou mesmo físico”.
O alerta é dado pela coordenadora da Unidade de Nutrição Clínica do Hospital Lusíadas Lisboa, Ana Rita Lopes, que, num comunicado enviado às redações, alerta para o facto de existirem cada vez mais pessoas obcecadas por ter uma alimentação saudável.
“A obsessão com a prática de uma alimentação saudável é considerada um transtorno alimentar, ao qual se dá o nome de ortorexia nervosa. O termo deriva da palavra grega ‘orthos’, que significa correto e da palavra ‘orexia’, que significa apetite”, explica a especialista, acrescentando que esta condição se baseia muito na rejeição total (ou quase) de alimentos considerados não saudáveis.
Embora o objetivo deste tipo de alimentação – e também obsessão – seja atingir uma saúde ideal, prevenir doenças ou alcançar a imagem corporal desejada, os riscos associados são grandes, contudo, a ortorexia nervosa não é ainda “considerada uma doença do comportamento alimentar, tal como a anorexia e bulimia nervosas”.
Para Ana Rita Lopes, este problema de saúde começa quando alguém “não se permite ingerir um alimento julgado ‘menos saudável’ ou sente tristeza por ingerir esse alimento, fica ansiosa por não poder cumprir as refeições planeadas, só realiza refeições em casa, contabiliza todas as calorias e nutrientes ingeridos, analisa ao pormenor todos os rótulos e isola-se para poder consumir apenas os alimentos saudáveis”.
