Proteína. Na hora de praticar exercício físico e procurar um corpo musculado e tonificado, é a palavra proteína que mais facilmente vem à cabeça. Nestes casos – seja por atletas de culturismo ou, simplesmente, por frequentadores de ginásio – são os suplementos que ganham destaque.
Os suplementos de proteína (muitas vezes feitas com base no soro de leite) prometem fornecer todos os aminoácidos essenciais e ajudar a ganhar massa muscular, evitando que os músculos se ressintam nos momentos de pausa, diz a BBC.
Mas será esta opção viável e eficaz?
O que diz a ciência?
Em parceria com o programa ‘Trust Me’, do canal britânico, o médico Stuart Gray, da Universidade de Glasgow decidiu passar a pente fino a verdadeira eficácia dos suplementos de proteína, comercializados, na sua maioria, com o nome de ‘whey’.
Com a participação de 24 voluntários com idades compreendias entre os 20 e os 67 anos, o médico traçou um programa de treino (pernas: prensa, extensão e flexão; braços; flexão e adução de ombros com barra; remo sentado, contração de bíceps e extensão de tríceps) de oito semanas, sendo que os treinos eram feitos três vezes por semana com uma rotina de nove repetições em cada. O peso usado nos treinos aumentou de forma gradual ao longo do teste.
Durante o período de treino, metade dos inquiridos bebia um batido à base de proteína de soro de leite (20 gramas), enquanto a outra metade tomou placebo (20 gramas de maltodextrina, funcionando como grupo de comparação). Nenhum dos grupos sabia o tipo de bebida que ingeria.
Todos os participantes tinham uma alimentação idêntica, com um consumo de proteína na ordem dos 70 gramas por dia, um valor acima daquele que o corpo humano precisa (a cada quatro horas o corpo apenas é capaz de usar 20 a 30 gramas deste macronutriente, sendo que poucas gramas são usadas para a musculatura, o resto serve para queimar como energia).
Conclusões
No final do plano de treino, Stuart Gray passou a medir a força, resistência e musculatura dos participantes e conclui que todos conseguiram aumentar a capacidade de levantamento de peso em 33%, que a força dos joelhos cresceu 31%, a massa magra aumentou 1% e a musculatura das coxas cresceu 4%.
Para o médico britânico, o estudo é prova de que não existe diferença nos resultados finais de um plano de treino com ajuda do suplemento de proteína ou sem a toma de qualquer soro de leite.
Para Gray, a compra destes suplementos é apenas mais uma forma de gastar dinheiro, defendendo que o valor despendido nestes produtos pode, na verdade, ser usado para comprar alimentos de alta qualidade e com melhores índices nutricionais.