Copo menstrual: O fim de muitos problemas femininos?

O copo menstrual é uma alternativa simples, prática, higiénica e económica aos absorventes comuns (tampões e pensos). O Lifestyle ao Minuto experimentou e conta-lhe tudo.

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Vânia Marinho com Elsa Pereira
08/03/2016 08:46 ‧ 08/03/2016 por Vânia Marinho com Elsa Pereira

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Testes

Trata-se de uma taça feita em TPE (Elastómero Termoplástico), o mesmo material utilizado nas tetinas dos biberões dos bebés, em cateteres e implantes médicos, e que coleta o sangue menstrual.

O copo menstrual é inserido no canal vaginal, tal com um tampão. Já dentro do corpo, o copo retoma a sua forma original (uma vez que deve ser dobrado para se conseguir inserir) ajustando-se ao canal vaginal formando um vácuo que impede qualquer vazamento no corrimento menstrual.

Pode ser usado por até 12 horas – muito mais do que qualquer penso ou tampão – e tem um prazo de validade alargado (até dez anos, se for devidamente manuseado), sendo reutilizável.

Para remover o copo basta puxar a pega devagar ou apertar a base para quebrar o vácuo. Depois de retirado esvazia-se na sanita, passa-se por água, seca-se e pode ser novamente inserido. No início de cada ciclo menstrual deve ser esterilizado em água a ferver.

O Lifestyle ao Minuto experimentou o copo menstrual Me Luna e a experiência não podia ter corrido melhor.

Apesar das reticências iniciais, que parecem ser partilhadas por muitas mulheres, em relação à introdução do copo menstrual na vagina, a verdade é que basta colocá-lo nas mesmas posições utilizadas para inserir um tampão – no máximo poderá ter de usar um pouco de lubrificante para ajudar, no caso de estar contraída ou nervosa.

Na própria caixa do copo traz algumas sugestões para dobrá-lo de forma a este ser mais fácil de introduzir – a forma mais cómoda e fácil para nós foi a dobra em ‘C’. Pode ver aqui outras sugestões dadas por esta marca.

Logo à partida um dos principais pontos fortes é que, ao contrário de alguns tampões, não se sente nada e a partir do momento em que é introduzido, o copo fica sempre bem colocado – pelo menos nos dois ciclos menstruais em que o usámos nunca houve qualquer problema.

Depois, a questão de não haver qualquer tipo de odor e, claro, o facto de se poder colocar de manhã em casa e só precisar de o retirar já em casa depois de passar nove ou dez horas a trabalhar.

Também é mais estável do que os tampões ou pensos uma vez que os tampões podem ‘descer’ ligeiramente ou ficar mal colocados e haver vazamento do corrimento menstrual e os pensos se deslocam à medida que a mulher se mexe – no caso do copo, devido ao vácuo isso nunca se verificou na nossa experiência.

Há ainda a questão de que para muitas mulheres os pensos e tampões provocam alergias, ardor, assaduras ou até infeções. Como a Dra. Sílvia Roque, especialista em Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Cuf Descobertas, explicou ao Lifestyle ao Minuto, devido ao seu material, o copo vaginal tem menos risco de infeções vaginais ou deposição de bactérias do que no uso de tampões.

Outro ponto a favor, como destaca a Dra. Sílvia Roque, é o facto de não provocar alterações do PH ou lubrificação da vagina. Os tampões, como são absorventes, alteram a flora da vagina uma vez que absorvem a sua lubrificação, deixando-a mais seca. Quando são usados durante demasiadas horas podem ser mesmo prejudiciais para a saúde da mulher, o que não acontece como o copo menstrual, uma vez que este é coletor e não absorvente.

Além disso o copo pode ser uma opção mais económica. Pode comprar o seu copo menstrual na farmácia ou pedir online (os copos desta marca custam 23,90 euros com portes de envio). O site Me Luna destaca que se estima que mensalmente cada mulher gaste em absorventes (pensos e tampões) cerca de 7,50 euros. Assim sendo, o uso de um único copo menstrual fica pago em três ou quatro meses de utilização, e dura anos, se for bem manuseado.

O único contra que sentimos foi mesmo ao retirar o copo que, em alturas de menos tempo ou relaxamento pode ser ligeiramente incómodo.

Os copos menstruais Me Luna têm quatro tamanhos – S, para raparigas que nunca tiveram relações sexuais ou de estatura mais pequena e com períodos menstruais mais reduzidos; M, que é o que a maioria das mulheres utiliza; L, para mulheres que já tenham tido filhos e que tenham períodos abundantes; XL, que é para mulheres já com alguma patologia que as faz ter hemorragias mesmo muito abundantes.

Há ainda vários tipos de pega. Em anel, que fica um pouco mais exteriorizado e por isso é mais fácil de retirar; em bola, escolhida pela maioria das utilizadoras, e em haste, recomendado para quem se sente mais confortável em usar o copo mais profundamente na vagina.

Pode ainda escolher a maleabilidade do material, sendo o ‘soft’ o mais comum e o ‘sport’, com maior rigidez, o aconselhado para desportistas.

Dra. Sílvia Roque responde a outras dúvidas:

1- Prós e os contras do copo menstrual:

Prós: Não existe risco de infeções genitais ou deposição de bactérias, não ocorre alterações no ambiente natural da vagina.

Contras: Para algumas mulheres pode haver alguma dificuldade ao inserir e retirar o copo.

2- É mais benéfico do que os pensos e tampões?

É uma alternativa, não quer dizer que seja mais benéfico. Para algumas mulheres é muito prático e como é reutilizável pode sair mais barato, além de ser mais ecológico.

3- Recomenda a utilização? E a todas as mulheres?

Acho que é importante experimentar para ver se a mulher se adapta e se sente confortável. Pode ser usado em todas as mulheres mesmo as que ainda não iniciaram a vida sexual. 

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