Há pessoas boas e pessoas más. Há pessoas que nascem já más e há pessoas que se tornam más. Será mesmo assim? A maldade, ou tendência para praticar o mal, tem sido alvo de análise, de crítica e de inspiração.
León Tolstoi, autor da obra ‘Guerra e Paz’, sempre acreditou que as pessoas nascem boas e que são as circunstâncias da vida que as tornam más, que as transformam em maquiavélicas e sem sentido de humanidade. A maldade, esclarece o autor russo, surge quando alguém se junta a grupos com líderes.
E é o sentido de liderança e de poder que está na base da opinião de Sigmund Freud. Conta o El País que o criador da Psicanálise sempre culpou o poder (e a ganância por tal) pela ruindade das pessoas, pelas suas atitudes mesquinhas e más.
A maldade já foi alvo de investigação e, passados anos de análise, concluiu-se que as pessoas são más simplesmente por quererem sentir-se acima de outros, por quererem sentir a superioridade e o poder.
A ciência chama a esta necessidade humana de “distinção positiva”, contudo, esta distinção acaba por ser cruel quando uma pessoa fica cega com o poder ou quando olha para outras pessoas (ou outros grupos) com inferioridade.
De acordo com as investigações feitas – e citadas no site Psychology Today –, a maldade pode surgir como consequência da teoria da comparação social, em que as pessoas se comparam naturalmente, acabando por tecer, por vezes, apreciações pejorativas e maldosas.
E porque é que as pessoas são maldosas durante as comparações? Porque sentem o ego ameaçado. Estudos científicos apontam a ruindade como uma forma de reagir às ameaças feitas ao ego, algo que também Freud defendeu: “os conflitos de interesses entre o homem e o homem resolvem-se, em princípio, com o recurso à violência”.
E respondendo agora à questão colocada no título: sim, as pessoas tornam-se más e é a insegurança sobre nós mesmos que está na origem da maioria da crueldade do mundo.