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O Talho Vegetariano. É ver para crer... e provar

O conceito nasceu na Holanda e chegou a Portugal há quatro anos. A soja e o tremoço fazem as vezes da proteína animal e trazem às lojas portuguesas produtos que prometem adaptar-se a quem está em fase de transição para uma dieta vegetariana/vegan ou a quem quer dar cor e sabor à sua dieta.

O Talho Vegetariano. É ver para crer... e provar
Notícias ao Minuto

12:35 - 27/06/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Conceito

Transformar os pratos tradicionais em refeições isentas de carne e peixe e provar que o vegetarianismo “não sabe tudo ao mesmo”. Estes são os objetivos d’O Talho Vegetariano, um projeto que está em Portugal há quatro anos e que pretende, também, ensinar a cozinhar e continuar a “consciencializar as pessoas” para as questões de sustentabilidade e ética animal.

À boleia de alimentos de origem vegetal de produção biológica, como a soja e o tremoço, O Talho Vegetariano traz para Portugal uma série de produtos vegetarianos e vegans, sem organismos geneticamente modificados, que prometem adaptar-se aos mais variados tipos de alimentação, seja já vegetariana, vegan ou ainda em fase de transição.

“O Talho Vegetariano é uma empresa que está em Portugal desde 2012 e que distribui produtos vegans e vegetarianos de duas marcas internacionais, que são o The Vegetarian Butcher, na Holanda, e a Fry’s, na África do Sul. Estes dois projetos assentam num mesmo princípio, que é a ética animal e a sustentabilidade do planeta”.

Estes produtos, especialmente os da Holanda – onde nasceu originalmente o conceito - “são chamados produtos de transição, isto é, são produtos que se colam à imagem dos produtos tradicionais e por isso é que se chama talho, por isso é que se chama produto vegan alternativo ao frango, produto vegetariano alternativo ao bacon. Tudo para que as pessoas possam variar, mas que não tenham que mudar de repente”, explica Ivone Mesquita, gerente d’O Talho Vegetariano

Os produtos em causa têm a mesma aparência, o mesmo sabor e a mesma textura que a carne. Mas estão longe de o ser. “São produtos rápidos e de confeção fácil porque sempre houve a ideia de que os produtos vegetarianos – como o tofu e o seitan – têm que ser temperados durante muito tempo”, diz a responsável, destacando que algumas das ofertas podem conter ovo ou lacticínios, mas garante que “são de origem de happy farms”, ou seja, de animais que foram criados ao ar livre e que seguiram uma alimentação adequada.

Ao Lifestyle ao Minuto, Ivone Mesquita confessa que não é fácil encontrar espaço para estes produtos nas lojas nacionais. “Procuramos sítios e lojas que vendam os nossos produtos, que são todos ultra-congelados a menos de 18 graus, ou seja, não têm conservantes, nem corantes adicionados. É um mercado muito difícil de trabalhar, porque se vir numa loja, a parte do congelado é sempre é muito pequenina e temos sempre que disputar um pequenino espaço, e, portanto temos de certificar a cadeia toda de frios, porque os produtos congelados não devem congelar novamente”.

Para já, a empresa não tem qualquer loja física, optando por “começar pela distribuição”, com “mais de 40 pontos de venda pelo país todo e ainda a loja online para cobrir os locais onde ainda não foi possível arranjar loja”.

Workshops para quem quer mudar ou reduzir o consumo de proteínas animais

O Talho Vegetariano não se fica apenas pela distribuição dos produtos criados internacionalmente. Numa altura em que o ceticismo se mistura com a crescente procura por uma alimentação saudável – muito por culpa do alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) acerca do consumo de carne processada e carne vermelha -, são organizados workshops que ensinam não só receitas, mas também todos os benefícios associados à alimentação vegetariana.

O Lifestyle ao Minuto frequentou uma destas aulas e esteve à conversa com a formadora Isaura Faria, vegetariana há seis anos e que revela que começou a dar workshops pouco depois de se ter tornado adepta deste tipo de alimentação.

“Comecei a dar workshops em 2010 e porque todas as pessoas se queixavam de que o vegetarianismo sabia tudo ao mesmo e fui provar que não, porque comecei a adaptar a culinária tradicional ao vegetarianismo. Sempre gostei de cozinhar, era muito boa cozinheira em cozinha tradicional e comecei a adaptar esse dom ao vegetarianismo. Toda a comida que faço tem de ter muita cor, muito sabor e ser muito apelativa”, conta.

Mas não foi apenas o ceticismo que levou Isaura a dar formações. Ao Lifestyle ao Minuto, explica que “as pessoas procuram alternativas porque estão a ficar mais sensíveis com a sustentabilidade do planeta, com a forma como os animais são criados e com a destruição, principalmente da floresta amazónica, para a plantação de cereais transgénicos e para rações industriais dos animais. Também tenho tido, ultimamente, muitas pessoas a procurar os workshops por motivos de saúde”, diz.

E como a saúde anda de mão dada com o estilo de vida, Isaura confessa: “Sinto que estou a contribuir para a mudança do mundo e para a saúde das pessoas”.

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