Iara Rodrigues foi um dos nomes sonantes do Organii Eco Market, tendo marcado presença no evento com um showcoking onde voltou a frisar que é possível emagrecer sem passar fome. Foi esta sua teoria o mote da nossa conversa e rapidamente nos deixámos levar pelo frio que se fazia e começámos a falar da importância dos alimentos da época.
“Até à data ainda existe muito o conceito de que para perder peso é preciso fazer uma dieta restrita. Eu sou mais apologista do ‘emagrecer sem fome’, porque é precisamente a mudança que tem de haver. É preciso mudar a alimentação ou ganhar a consciência de que a pessoa tem efetivamente de mudar os seus hábitos e o seu estilo de vida. Este é o segredo por trás de tudo isto”, começa por dizer a nutricionista, autora do livro ‘Emagreça sem fome – coma mais e viva com saúde’.
Para Iara, além da tomada de consciência de que é preciso mudar, é também necessário ter uma noção real daquilo que é uma alimentação saudável, algo que descreve como “uma alimentação equilibrada e que seja baseada acima de tudo no bem-estar, porque a pessoa não pode cingir-se a comer apenas só saladas ou legumes sem diversificar a sua alimentação”.
“Para mim, a diversidade é claramente o segredo”, diz, destacando que essa diversidade deve ir ao encontro dos alimentos da época, importantes para reforçar o sistema imunitário e, com isso, deixar o corpo mais capaz de resistir às adversidades.
Ao longo de todo o ano, a natureza dá-nos tantas coisas que nos trazem benefícios, portanto, há que tentar acompanhar a mudança do ano, as estações e os alimentos que nos são dados precisamente pela natureza e tentar, de certa forma, contribuir um bocadinho com isso no nosso prato.
Embora a alimentação saudável se queira variada e colorida, a “ monotonia das cores” de outono não é desculpa para que as refeições não sejam as mais adequadas. Afinal, há muito por onde escolher: “Temos as maçãs, as laranjas, as peras, os dióspiros, as romãs, tudo frutos que acabam por ser muito benéficos em vitamina C que nos dão também aquele reforço imunitário que é necessário na mudança climatérica para nos defendermos das constipações, das gripes, enfim, destas alterações que de certa forma acabam por nos prejudicar e deixar mais debilitados no que cabe ao sistema imunitário”.
No caso dos legumes, continua, “temos muitas folhas verdes, na abundância das couves e dos brócolos. É uma altura em que os verdes predominam porque são mais resistentes pelas suas fibras e, portanto, é tentar diversificar um bocadinho nesse aspeto”.
Mas o outono é ainda conhecido pelas “castanhas, batata-doce e própria batata inglesa”, alimentos “que nos aquecem alma” e que, segundo a nutricionista, “devem estar presentes na nossa mesa, de certa forma para ativar a nossa circulação e aumentar a saciedade acima de tudo” e isto porque “o emagrecer sem fome é a pessoa ficar saciada e não o dia todo a pensar em comida porque não está satisfeito com aquilo que está a comer”.
“Os alimentos de outono e inverno são aqueles que nos aconchegam mais, fazendo com que as sopas, os cremes, o estufado, aquele assado mais quente, nos ajudem a ultrapassar aquelas dificuldades climatéricas”, conclui.