A maior parte dos estudos sobre o impacto dos pais na saúde dos filhos concentra-se na mãe. Os nove meses de gestão são de facto muito importantes, mas os especialistas alertam que não podemos descurar o papel do pai.
O especialista brasileiro Gabriel de Carvalho surpreendeu no passado Congresso Europeu de Nutrição Funcional, realizado em Lisboa, ao introduzir no programa do evento uma palestra sobre o papel do pai na gestação de bebés saudáveis.
Gabriel de Carvalho escreveu para o Lifestyle ao Minuto no âmbito do Dia do Pai e explica que o tema que encheu de responsabilidade a figura do pai é justificado pela epigenética: "Os hábitos do pai vão 'ligar' e 'desligar' genes. Ou seja, sabe-se que os pais com maus hábitos transmitem epigenomas mais ligados à doença, aumentando por exemplo nos seus filhos, a possibilidade de autismo, diabetes, doenças cardiovasculares ou asma".
No que toca aos vários tipos de calvícies/alopecias, um deles chama-se precisamente alopecia androgenética – queda de “cabelo com origem masculina”. A comunidade científica não tem dúvidas de que esta é uma condição hereditária. Contudo, calma: pode não ser uma condução inevitável uma vez que depende de outros fatores como hormonas e genes.
A doença cardíaca também pode ser herdada. Até um em cada cinco homens transporta um gene do seu pai que aumenta o risco de doença cardíaca.
Durante o Congresso Internacional da Sociedade Europeia Respiratória foi apresentado um estudo pioneiro que relaciona os pais fumadores com a saúde respiratória dos seus filhos. Esta investigação chegou à conclusão de que a asma estava mais presente nas crianças cujos pais fumaram antes da conceção.
Os filhos de pais obesos podem apresentar um maior risco de obesidade devido às alterações genéticas transportadas no esperma do pai, segundo sugere o estudo da Universidade de Copenhaga.