É já antiga a ideia de que o casamento traz saúde. Mas um estudo sociológico levado a cabo na Suíça pode ter vindo trocar as voltas a esta crença.
Não, não estamos a dizer que estar solteiro é mais saudável do que estar casado, ou que não há mudanças na altura de casar. A única certeza que parece haver é que quem se divorcia tem de facto mais queixas em termos de saúde.
O estudo em causa foi levado a cabo por Matthijs Kalmijn e envolveu 11 mil adultos suíços e um período de 16 anos.
Todos os anos, cada um dos participantes era contactado para falar da sua relação e do seu estado de saúde. O estudo, lançado em março na revista Special Forces e explorado no New York Times e no site Psychology Today por Bella dePaulo, mostra-nos que o impacto do casamento na saúde poderá ter sido sobrevalorizado.
A expectativa é simples: se faz bem à saúde, então a pessoa deveria ter menos doenças antes do casamento do que depois. Mais, se os efeitos são cumulativos, era provável, mesmo tendo em conta o avançar da idade, que os efeitos na saúde se verificassem e mantivessem ao longo de anos. Mas não foi bem assim.
Neste estudo, as pessoas reportaram uma pequena deterioração na saúde (e neste caso é na forma como as pessoas se sentem e avaliam o que sentem) do que quando estavam solteiros. Em termos de doenças, o casamento parece ter tido, aliás, um impacto irrelevante: os participantes não tinham mais ou menos doenças durante os anos de casamento comparativamente aos anos de vida de solteiro.
Matthijs Kalmijn descobriu que os recém-casados apresentam uma subida ligeira nos níveis de satisfação. Mas com o passar do tempo esse nível de satisfação começava a decrescer.
Há, no entanto, outros dados mais concretos, nomeadamente os que dizem respeito ao divórcio.
Se não é assim tão certo que estar solteiro ou casado implique uma mudança substancial na saúde, o mesmo não se aplica quando falamos de divórcio.
Entre quem se divorciou, reconhecia-se que o nível de satisfação em termos de saúde diminuía claramente com o divórcio. Na verdade, os impactos negativos do divórcio na satisfação de vida eram três vezes superiores aos impactos positivos na vida que o casamento tem, como destaca Bella DePaulo.