O simples hábito (muitas vezes inconsciente e até mesmo impercetível) de piscar os olhos não serve apenas para promover uma maior hidratação desta parte do corpo. Para o nosso cérebro é mesmo como se fosse uma pequena soneca que vamos fazendo ao longo do dia.
Como explica o cientista Mark Wexler, citado pelo site Science of US, o nosso cérebro atua de forma diferente quando estamos de olhos fechados, mesmo que seja por breves instantes (e aqui referimos-nos a milésimos de segundos). Na prática - e tal como acontece quando estamos a dormir - a perceção do tempo é diferente quando estamos de olhos fechados se a compararmos com aquela que temos quando estamos com os olhos abertos.
Para tentar perceber esta relação entre o movimento das pálpebras e a sensação de tempo, Wexler levou a cabo uma série de experiências com pessoas e concluiu que "durante um piscar de olhos, o tempo é descontado em 50 a 70%, ou seja,o tempo passa duas a quatro vezes mais rápido quando os olhos estão fechados do que quando os olhos estão abertos em plena escuridão", tal como acontece quando dormimos (sim, falamos daquela sensação de ter já dormido umas valentes horas, mas que na verdade pouco mais de uma hora passou).
Diz o especialista que em causa está um fenómeno chamado de "desaceleração do metabolismo neural", uma espécie de pausa tal como acontece quando a pessoa está a dormir.
Estas experiências levadas a cabo por Wexler seguem a mesma linha de pensamento de um outro estudo citado pelo Science of US - que revela que piscanos os olhos entre 20 mil a 30 mil vezes por dia. Essa investigação, publicada em 2013, avaliou a ação do cérebro de pessoas quando estas piscavam os olhos e concluiu que o cérebro faz uma espécie de pequeno reset por cada vez que se pisca os olhos.