São muitos os momentos do dia e os episódios de vida que podem desencadear um estado de ansiedade. Mas, falamos quase sempre de uma ansiedade pontual, inofensiva e passageira.
Contudo, há um outro tipo de ansiedade que importa trazer para a discussão pública, a ansiedade que está sempre presente, que compromete a saúde e o bem-estar e que nem sempre é compreendida… nem mesmo por quem a tem.
Num testemunho na primeira pessoa, a médica Perpetua Neo escreve no Mind Body Green sobre o trio que espelha ansiedade, mas que nem sempre é valorizado a tal ponto – trio esse que nem a própria conseguiu decifrar logo como um sinal de uma patologia mental.
E um desses sinais de ansiedade é a sensação constante de mente cheia, mente ocupada, mente a mil. A incapacidade de ‘desligar’ os pensamentos, a incapacidade de esvaziar a mente são caraterísticas deste sintoma não físico de ansiedade, que muitas vezes se faz acompanhar por um aumento do stress, pela dificuldade em adormecer ou estar concentrado.
Comum também aos seus pacientes, o sinal que o corpo mais dá é a sensação de falta de espaço, o pânico e as palpitações, tudo em simultâneo e sem uma razão ou explicação aparente. Os sinais que o cérebro deveria enviar para os músculos ficam comprometidos ao ponto de se sentir o corpo preso.
Mas além destes dois sinais menos óbvios de ansiedade, há ainda a tendência para repetir uns comportamentos e para intensificar outros. Verificar mais do que uma vez que a ficha foi retirada da tomada, preocupar-se em demasia com algo que nem sequer é do próprio controlo, procurar o perfecionismo quando este não é alcançável e não saber lidar com a incerteza são alguns exemplos de comportamentos e formas de estar que revelam um transtorno de ansiedade, diz a especialista.