Uma equipa de 33 autores publicou um estudo, no passado dia 13 de maio, no jornal científico Progress in Biophysics and Molecular Biology, onde se aborda uma controversa teoria: a hipótese da panspermia cósmica, ou seja, que as primeiras formas de vida foram trazidas para a Terra em meteoritos, num fenómeno que não terá acontecido apenas uma vez.
Uma das provas apresentadas pelos investigadores para sustentar esta teoria é, precisamente, o polvo, que alegam não ser proveniente da Terra mas sim de outro planeta do cosmo. Revistas como a Live Science ou a Popular Science refutam, porém, essa teoria.
No entender dos especialistas que escreveram o artigo (nenhum deles especialista em zoologia e vários sem nenhuma formação em biologia, diz a Popular Science), não há evidências dos traços atuais deste molusco nos seus antepassados.
Os polvos de hoje em dia têm sistemas nervosos complexos e capacidade de camuflagem que evoluiu de repente e sem nenhum precedente nos seus antepassados. Desta forma, diz o estudo, “é plausível sugerir que [estes traços] parecem provir de um ‘futuro’ distante em termos de evolução terrestre, ou, de forma mais realista, do espaço”.
Karin Mölling, cientista do Instituto Max Planck para Génetica Molecular, na Alemanha, garante que este estudo é “muito útil” para pensar sobre novas formas de influência do universo no nosso planeta mas que as suas conclusões “não podem ser levadas a sério”. “Não há provas de nada”, garante, citada pela Live Science.
“Infelizmente, o mito de que os polvos são provenientes do espaço vai sobreviver a qualquer polvo vivo hoje. Mas uma pessoa pode sobrepor-se a toda a estupidez e apreciá-los pelo que eles realmente são: um dos terráqueos mais estranhos e maravilhosos que se conhece”, termina a Popular Science.