Cancelado jogo amigável entre Argentina e Israel em Jerusalém
Jogo de futebol estava marcado para o próximo sábado no Teddy Stadium, em Jerusalém Oriental, num local que foi casa de uma família palestiniana antes da ocupação israelita, facto que causou enorme pressão palestiniana e internacional para que o encontro amigável não se realizasse.
© Reuters
Mundo Futebol
O jogo de futebol amigável entre Argentina e Israel, marcado para o próximo sábado, foi cancelado. A confirmação foi dada pelo vice-presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Hugo Moyano, afirmando que o jogo de preparação para o Mundial de Futebol foi suspenso após várias pressões sobre a seleção argentina.
Em declarações à ESPN, citado pela Reuters, Gonzalo Higuaín disse que não jogar em Israel foi o mais correto. "A coisa certa a fazer é não ir a Israel", disse o jogador da Juventus. "Finalmente fizeram o que era correto", acrescentou ainda o futebolista.
O jogo deveria realizar-se no Teddy Stadium, localizado em Jerusalém Oriental, território palestiniano ocupado ilegalmente desde 1967, e que é reivindicado como a futura capital de um estado palestiniano.
Para além disso, o estádio fica localizado num local que foi casa de uma família palestiniana, destruída em 1948, data de fundação do estado de Israel.
Nos últimos dias, intensificaram-se as campanhas para boicotar o jogo, com várias manifestações na Argentina e em Espanha a pedir o cancelamento do mesmo.
Em maio, a organização Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) lançou uma campanha para cancelar o jogo particular entre as duas seleções, reiterando que "não há nada de amigável na ocupação militar e no apartheid". A organização pede o fim da ocupação israelita, o regresso dos refugiados palestinianos ao território de onde foram expulsos em 1948 e direitos iguais para os cidadãos palestinianos a viverem em Israel.
Citado pela Al Jazeera, o jogador de futebol palestiniano Mohammed Khalil deixou uma mensagem à equipa argentina, em particular ao craque Lionel Messi.
"Peço à equipa de futebol argentina e especialmente ao capitão Lionel Messi - porque ele é muito popular na Palestina, particularmente na Faixa de Gaza - que estejam solidários com os palestinianos e boicotem o jogo agendado com Israel, que está a ocupar o nosso território", apelou Khalil.
O embaixador da Palestina na Argentina, Husni Abdel Wahed, também manifestou a sua oposição ao jogo. "Para nós, é inaceitável que este jogo se realize em Jerusalém, porque é território ocupado, e é doloroso ver a equipa argentina, que tem o apoio e o amor de muitos palestinianos e árabes, a apoiar a violação da lei internacional", disse Wahed.
Inicialmente, afirma o jornal israelita Haaretz, a Argentina não tenciona disputar o jogo em Jerusalém Oriental, preferindo que o jogo se realizasse em Barcelona. O treinador da seleção argentina, Jorge Sampaoli, terá manifestado o seu desagrado várias vezes.
Em declarações à agência EFE, a diretora internacional da Associação de Futebol da Palestina, Susan Shalabi, agradeceu o cancelamento do jogo, reiterando que foi "um bom exemplo de separação de política e desporto".
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