"Como fotojornalista e como pai, foi muito complicado fotografar"
Fotojornalista John Moore, que fotografou uma menina de dois anos a chorar enquanto a mãe era revistada pelas autoridades norte-americanas, conta a história por trás de uma fotografia que se tornou simbólica.
© Getty Images
Mundo Estados Unidos
Nos últimos dias, as imagens que chegam da fronteira entre os Estados Unidos e o México têm chocado o mundo para a crise humanitária por que mais de duas mil crianças, separadas dos pais e confinadas a caixas de metal, estão a passar.
Uma das fotografias que se tornou símbolo da política de “tolerância zero” norte-americana, para além do áudio divulgado pela ProPublica em que se ouvem crianças a chorar pelos pais, foi a de uma menina de dois anos a chorar, enquanto as autoridades revistavam a sua mãe.
A imagem foi captada pelo fotojornalista John Moore, para a Getty Images, que, em declarações ao The Guardian, contou a história por trás da imagem.
Jornalista experiente a fotografar famílias de imigrantes que procuram asilo, John Moore conta que falou com a mãe da criança de dois anos, natural das Honduras, que lhe contou que ela e a filha viajavam há mais de um mês para conseguirem chegar aos Estados Unidos.
Pouco depois, as autoridades estavam a abordar a mulher para a revistar. “O oficial pediu-lhe para pousar a menina no chão, enquanto a mãe era revistada. Já no chão, a menina começou imediatamente a chorar”, recorda Moore em declarações ao jornal britânico.
O fotojornalista conta que fotografar aquele momento foi particular difícil pelo facto de ser pai.
“Como fotojornalista a cobrir estas histórias há vários anos, e como pai de três crianças, incluindo uma bebé, foi pessoalmente muito complicado fotografar”, conta Moore, referindo que tudo aconteceu muito rápido. “Muito rapidamente as duas foram colocadas o interior de uma carrinha e acabou. Tive de respirar fundo várias vezes, porque foi muito emocionante para mim”.
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