OCDE e União Africana defendem nova estratégia para desenvolver África
A OCDE e a União Africana recomendaram hoje aos governos africanos que implementem novas estratégias e políticas para cumprir os objetivos da Agenda 2063, no primeiro relatório conjunto sobre as Dinâmicas de Desenvolvimento da economia africana.
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Mundo OCDE
"Apesar do forte crescimento do continente, os empregos qualificados continuam escassos e as desigualdades continuam altas", lê-se no relatório sobre as "Dinâmicas de Desenvolvimento de África", que é hoje divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e pela União Africana.
O documento, o primeiro a ser feito nestes moldes de cooperação entre as duas entidades sobre este tema, recomenda dez ações prioritárias, separadas em função da região do continente africano, que surgem devido a cinco grandes tendências que se verificam no continente africano.
"Estas iniciativas focam-se no desenvolvimento económico sustentável através da estimulação do investimento doméstico, diversificação das exportações e aprofundamento das ligações entre o mundo urbano e rural e promoção do crescimento verde", lê-se no documento de 257 páginas que é hoje lançado em Adis Abeba, na presença do presidente da UA, Moussa Mahamat Faki, e do diretor do Centro de Desenvolvimento da OCDE, Mario Pezzini.
O desenvolvimento da inclusão social através do alinhamento entre a educação e o mercado de trabalho e a proteção social efetiva e universal, além do fortalecimento das instituições através da integração regional, melhor mobilização de recursos domésticos e melhoria da governação política e económica, são outras das recomendações gerais que os governos africanos devem implementar.
Estas dez áreas de iniciativas políticas, lê-se no relatório, são necessárias devido a várias razões apresentadas pela OCDE e UA e que são, entre outras, a volatilidade do crescimento, a falta de correspondência entre o crescimento económico e a qualidade de vida, a escassez dos empregos qualificados, a redução das desigualdades e o aumento da produtividade como ferramenta essencial para a transformação estrutural do continente.
As cinco 'megatendências', como são classificadas no relatório, "estão a moldar a integração de África na economia global, e cada uma traz riscos e oportunidades com importantes implicações para as políticas".
"Em primeiro lugar, a riqueza mundial está a mudar, com os países emergentes a produzirem mais de metade da produção mundial, com as parcerias com África a aumentarem", lê-se no documento, que apresenta como segunda 'megatendência' os obstáculos para os produtores africanos criados com "a nova revolução na produção".
Em terceiro lugar, a OCDE e a UA sublinham o "dividendo demográfico" que África pode colher com a juventude da sua população, mas alerta que é preciso "oferecer empregos e serviços básicos suficientes" aos jovens que vão a entrar na idade adulta.
Em "quarto, a rápida urbanização está a mudar as estruturas económicas e a colocar novos desafios, e quinto, muitos países africanos precisam de estratégias de 'crescimento verde' para se adaptarem às mudanças climáticas", conclui o relatório.
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