Um satélite russo que foi lançado em outubro do ano passado está agora a gerar preocupação nos Estados Unidos. Numa conferência na Suíça que se realizou esta terça-feira, Yleem Poblete, a secretária assistente de Estado norte-americana, disse “não saber ao certo” o que é o misterioso satélite e que “não há forma de verificar”. Poblete deixou no ar o receio de que possa ser uma arma.
“O comportamento do satélite em órbita é inconsistente com tudo o que já se viu anteriormente em análises à órbita ou de conhecimento de capacidades operacionais no Espaço, incluindo análises às atividades de satélites russos”, referiu a responsável.
“As intenções russas no que toca a este satélite são desconhecidas e são obviamente um desenvolvimento muito perturbador”, acrescentou, relembrado comentários recentes do comandante das Forças Espaciais russas, que afirmou que “adotarem novos protótipos de armas” era um objetivo importante.
Alexander Deyneko, um diplomata russo, rejeitou as acusações de Washington. Em declarações à Reuters, considerou que “não têm fundamento”, que são “difamatórias e baseadas em suspeições e suposições”. Pediu ainda aos Estados Unidos para contribuírem para um tratado entre a Rússia e a China que visa evitar uma corrida às armas no Espaço.
Curiosamente, Yleem Poblete deu ênfase a preocupações dos Estados Unidos com a militarização dos satélites dias depois de Mike Pence, vice-presidente norte-americano, ter anunciado que a Força Espacial será criada em 2020.
Em junho, Trump revelou a sua intenção de criar um sexto ramo das Forças Armadas denominado Força Espacial.