Independentistas bloqueiam estradas e linhas de comboio na Catalunha

Esta segunda-feira assinala-se um ano do referendo de 1 outubro, considerado ilegal pela justiça espanhola e que acabou marcado pela violência policial. Independentistas saem às ruas para reivindicar a independência da região e para exigir a libertação dos presos políticos.

Notícia

© Reuters

Pedro Bastos Reis
01/10/2018 09:10 ‧ 01/10/2018 por Pedro Bastos Reis

Mundo

Barcelona

Manifestantes independentistas estão a bloquear as principais estradas, linhas de comboio e avenidas da Catalunha, no dia em que se assinala um ano do referendo considerado ilegal por Madrid e que terminou com uma violenta carga policial.

Os comités para a defesa da república, grupos que surgiram após o referendo de 1 de outubro de 2017, convocaram os protestos. Em Girona, no norte de Barcelona, centenas de ativistas ocuparam as linhas e comboio, enquanto a polícia regional tentava impedir os manifestantes de se concentrarem no local. Outras manifestações e atos públicos estão marcados para o resto do dia.

Enquanto decorrem os protestos, políticos independentistas discursam em Sant Julià de Ramis. Roger Torrent, presidente da parlamento catalão, referiu que o “1 de outubro (1-O) representa um ato de dignidade coletiva brutal”. “Nada será igual depois do 1-O. Tudo o que fizemos naquele dia ensina-nos o caminho que temos de percorrer”, rematou.

Já o presidente da Generalitat (governo catalão), Quim Torra, referiu que o 1-O foi “o momento em que nós, catalães, decidimos coletivamente”. “A lição do 1-O e dos seus valores são o que necessitamos para enfrentar as semanas e meses que se seguem”, disse Torra.

Notícias ao MinutoQuim Torra (à esquerda) e Roger Torrent (à direita) discursam num evento público para assinalar o 1-O© Reuters

As manifestações do 1-O começaram no domingo e levaram a confrontos entre polícias e independentistas. Mais de duas dezenas de pessoas ficaram feridas. Os manifestantes, para além da reivindicação de independência para a Catalunha, pedem a libertação dos presos políticos, detidos precisamente por organizarem o referendo considerado ilegal pela justiça espanhola.

A 1 de outubro de 2017, recorde-se, o governo liderado na altura por Carles Puigdemont organizou e realizou um referendo, no qual 92% dos 43% de catalães que participaram na consulta pública votou pela independência da região. O referendo ficou marcado pela violência policial, que tentou impedir a consulta pública.

Um ano depois, muita coisa mudou na região. O governo de Mariano Rajoy aplicou o artigo 155 da constituição espanhola, que limitou a autonomia da região, precipitando novas eleições. Os independentistas, após vários meses de impasse, conseguiram formar governo, fruto da maioria parlamentar que ainda detêm.

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas