Desde julho deste ano que Fernanda Jacqueline Davile, natural das Honduras, de apenas dois anos de idade, está separada da avó. É um dos muitos casos de famílias de migrantes que são separadas na fronteira entre os Estados Unidos.
Apesar da sua idade, a pequena Fernanda foi obrigada a comparecer perante o tribunal federal de imigração de Nova Iorque, nos Estados Unidos, para o seu caso de deportação ser analisado. Tornou-se, assim, na pessoa mais nova de sempre a testemunhar naquele tribunal.
Fernanda, conta o New York Times, era tão pequena, que precisou de ajuda para se sentar na cadeira do tribunal. Acompanhada pelo assistente social, a criança começou a chorar assim que este saiu de perto dela. Naquela sala, só conhecia a avó, que toma conta dela desde que nasceu, isto depois de o pai ter morrido num acidente de mota.
“Quantos anos tens?”, perguntou a juíza. “Falas espanhol?” A criança soluçava, chorava e não respondia. Com a ajuda do assistente social e do tradutor, Fernanda acabou por ser interrogada. Ela e a avó foram deportadas para as Honduras.
Segundo o New York Times, há cada vez mais crianças a tentarem chegar aos Estados Unidos, muitas delas acabam separadas dos familiares e têm de aguardar pela decisão do tribunal federal de imigração. Só em setembro, 13 mil crianças chegaram sozinhas aos Estados Unidos, um número cinco vezes maior aos de maio de 2017.