Arábia Saudita executa mulher porque matou patrão que a violou

Tuti Tursilawati terá cometido o crime em autodefesa mas Riade avançou com pena de morte, e sem notificar autoridades indonésias. Casos semelhantes criam tensão entre os dois países.

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© Instagram/Migrant Care

Notícias Ao Minuto
31/10/2018 23:16 ‧ 31/10/2018 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Direitos Humanos

A Arábia Saudita executou uma empregada doméstica de nacionalidade indonésia como punição por ter matado o seu patrão enquanto estava a ser vítima de violação.

Tuti Tursilawati, que trabalhava na cidade saudita de Ta'if, foi considerada culpada da morte do seu empregador, em junho de 2011, e foi executada esta passada segunda-feira, dia 29 de outubro, de acordo com o Daily Mail.

A decisão de levar a cabo a execução de um trabalhador migrante indonésio sem notificar as autoridades de Jacarta – a quarta vez que acontece em três anos na Arábia Saudita – criou celeuma. O presidente da Indonésia, Joko Widodo, ligou para o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir, a pedir justificações.

A associação ativista Migrant Care havia defendido em setembro que a empregada doméstica, mãe de uma criança, tinha cometido o crime em autodefesa, pois estava a ser violada.

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Kabar duka kembali datang dari Arab Saudi. Tuty Tursilawati, pekerja migran Indonesia asal Majalengka, dieksekusi mati di Arab Saudi pada 29 Oktober 2018 kemarin. . Eksekusi hukuman mati ini lagi-lagi dilakukan tanpa ada notifikasi kepada Pemerintah Indonesia. _________ #migrantcare #RIPTuty #stophukumanmati

Uma publicação partilhada por Migrant CARE (@migrantcare) a 29 de Out, 2018 às 11:01 PDT

A morte da trabalhadora aconteceu uma semana depois de Adel al-Jubeir se ter reunido com o seu homólogo indonésio, Retno Marsudi, em Jacarta, para discutir os direitos dos trabalhadores migrantes. Um dos pontos discutidos nessa reunião foi a obrigatoriedade de existir uma notificação consular antes de serem levadas a cabo penas de morte.

“O reinado da Arábia Saudita tem ignorado os princípios dos direitos humanos, incluindo o direito que todos têm à vida”, afirmou um membro do parlamento da Indonésia.

A Arábia Saudita, sublinhe-se, é um dos principais destinos de trabalhadores indonésios, principalmente empregadas domésticas. Neste momento, sublinha a mesma publicação, existem 18 trabalhadores indonésios a quem foram atribuídas penas de morte naquele país.

Recorde-se que Riade está nesta altura no foco das atenções mundiais por causa do caso Jamal Khashoggi. O jornalista entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto. No mesmo dia em que desapareceu, entraram em Istambul, em dois aviões, 15 homens identificados como membros da Guarda Real saudita.

Suspeita-se que estes terão estado envolvidos na morte de Khashoggi, que era uma das vozes mais críticas do poder em Riade, nomeadamente do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. O jornalista colaborava com o jornal The Washington Post e residia nos Estados Unidos desde 2017.

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