Segundo uma das testemunhas, dezenas de islamitas armados atacaram hoje um grupo de agricultores que trabalhavam nos campos, perto de Jiddari-Polo.
"Eles capturaram seis de nós enquanto os outros escapavam. Então cortaram quatro com um machete, que morreram diante dos meus olhos, enquanto uma quinta vítima está gravemente ferida", contou à AFP o único sobrevivente do grupo, Mala Umara.
O homem de 75 anos terá sido poupado pelos jihadistas, que o incumbiram de transmitir a mensagem a militares na região da iminência de um ataque contra os seus postos.
"Eles repetiram essa mensagem três vezes para garantir que eu entendia bem o que comunicar", explicou Umara.
Um outro agricultor, Abba Muhammad, que escapou aos membros do Boko Haram, confirmou o ataque, tal como uma responsável de uma força pró-governamental de Maiduguri.
O Boko Haram tem intensificado os seus ataques contra agricultores e madeireiros, que acusam de fornecer informações ao exército sobre os movimentos do grupo jihadista.
O aumento de ataques do grupo também tem atingido o exército nigeriano, que nos últimos meses tem sofrido várias baixas nas suas fileiras.
Desde julho, a AFP contou pelo menos 17 ataques contra bases militares, a maioria perto do lago Chade.
Pelo menos 44 soldados morreram na semana passada em Metele, no nordeste do país, segundo as forças de segurança, que rejeitam a ideia passada pelas autoridades de que os integrantes do Boko Haram estavam "tecnicamente derrotados".
Mais de 27.000 pessoas morreram desde o início da revolução jihadista em 2009, tendo provocado um grande número de deslocados, com cerca de 1,8 milhões de pessoas a não conseguir regressar a sua casa.