É sem poupar esforços e a lutar contra o tempo que se procura por um 'milagre' em Espanha. Mais de uma centena de operacionais, apoiados pela chegada de novas máquinas, tentam ainda evitar a tragédia anunciada em Málaga.
O menino Yulen, de dois anos, caiu no passado domingo num poço de mais de 100 metros de profundidade. O termo poço, entenda-se, é mais utilitário do que real: na verdade estamos perante uma simples abertura de cerca de 25 centímetros de diâmetro.
É nestas condições, e sob o risco de derrocadas, que as autoridades espanholas procuram pela criança, numa operação que envolve elementos da Guardia Civil, dos serviços de emergência, proteção civil e bombeiros - como dá conta a imprensa local.
O incidente ocorreu por volta das 14h (13h em Portugal continental) do passado domingo. Foi a própria família que viu a criança cair por esta prospeção de água sem nada poder fazer para o evitar.
A criança ainda terá sido ouvida a chorar pouco após ter caído.
Nas redes sociais, as autoridades espanholas têm dado conta do trabalho levado a cabo. Ao início da manhã desta terça-feira, com os trabalhos já a decorrer, ainda não havia novidades.
#BuenosDías Comenzamos la mañana sin novedad en las labores de rescate del menor caído en un pozo en la localidad malagueña de #Totalán. El dispositivo desplegado continúan trabajando en la zona pic.twitter.com/C1IorDyrRJ
— Emergencias 112 (@E112Andalucia) January 15, 2019
Como ontem demos conta, são três as complexas alternativas em cima da mesa para tentar chegar ao local onde a criança estará. Uma câmara que desce até aos 70 metros não chegou a encontrar o menor.
Talvez o caso mais recente de resgate na memória de muitos leitores ainda seja o da equipa de futebol juvenil nas grutas da Tailândia, no ano passado. O desfecho feliz de então implicou um processo complexo. Houve, também, uma luta contra o tempo.
Mas as condições que rodeiam este resgate do pequeno Yulen são particularmente difíceis: não se sabe de que modo a criança caiu, ou seja, quão aparatosa foi a queda ao longo do poço. Não se sabe igualmente se a criança atingiu a zona da água. Não se sabe ainda se, dada a frágil estrutura, a queda do menino não levou a que ficasse soterrado.
A mesma família, uma segunda tragédia
Este caso tem dominado as atenções em Espanha, que tem acompanhado de perto as operações de resgate do menino.
Teme-se, no entanto, o pior, isto para uma família que em 2017 já vivera tragédia semelhante. Os mesmos pais perderam então um menino de três anos, por doença, numa altura em que Yulen tinha apenas meses de vida.
Conta o La Vanguardia que no mesmo domingo em que tudo aconteceu, a avó materna do menino, compreensivelmente abalada, deixou uma sentida publicação no Facebook, dirigindo-se a Oliver, a criança de três anos falecida em 2017. "O teu irmão precisa de ti".
Entretanto, mais de 40 horas após o incidente, e com a chama de uma réstia de esperança a desaparecer, prossegue o resgate do pequeno Yulen.