Nicolás Maduro, o contestado líder venezuelano, deu uma extensa entrevista a Jordi Évole, do canal espanhol La Sexta.
A entrevisto versou sobre toda a crise interna na Venezuela, mas também as relações externas do regime.
A dada altura da entrevista, Maduro aborda a pressão externa, atribuindo ao exterior culpas pela crise económica no país. Maduro dá conta de um sistema de pagamento onde estariam retidos 1.4 mil milhões de euros do estado venezuelano, o Euroclear, e logo de seguida acrescenta: "Agora mesmo, sequestraram-nos em Portugal uns 30 milhões de euros".
A entrevista foi feita ainda antes de esta segunda-feira Portugal, a par de outros países da União Europeia, terem reconhecido Juan Guaidó como líder da Venezuela.
Saliente-se que, numa primeira fase, a União Europeia (UE) queria que Maduro convocasse eleições livres. Ao não ceder, a UE optou por assumir oficialmente a escolha de um dos lados na crise também ela política, que se vive na Venezuela.
Curiosamente, esta não foi a única referência a Portugal durante a entrevista (cujos excertos podem ser ouvidos aqui). A dada altura, ao criticar a cobertura jornalística, Maduro queixa-se de o lado do regime não ser ouvido. Tal, acredita, deve-se também às notícias constantes sobre ele. A dada altura, Maduro dá mesmo como exemplo a pergunta de um jornalista argentino a um jovem espanhol em que se pergunta pela nacionalidade do presidente de Portugal e do da Grécia, sem resposta. Mas na hora de responder sobre quem era o presidente da Venezuela, a resposta estava 'na ponta da língua': "Maduro".