"Estou profundamente preocupada com (...) a crescente criminalização da oposição na Nicarágua", disse num comunicado Michelle Bachelet, citando "as prisões e detenções de líderes da oposição (...) em alguns casos de retaliação por cooperarem com a ONU".
Essa repressão "claramente dificulta a criação de um ambiente propício para manter um diálogo franco e aberto que o Governo diz querer organizar", acrescentou a alta comissária.
O Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou na quinta-feira "negociações" com a oposição, que por sua vez exige a sua renúncia.
No poder desde 2007, o ex-guerrilheiro de 73 anos foi confrontado desde abril de 2018 com manifestações que já deixaram mais de 300 mortos. Mais de 700 manifestantes foram presos, segundo grupos de direitos humanos e a oposição.
Michelle Bachelet pediu "uma revisão independente" das condenações proferidas contra esses opositores.
"Eu também apelo às autoridades a libertar aqueles que foram privados de sua liberdade por causa de seu direito inerente de protestar pacificamente e expressar sua a oposição e, ainda, assegurar que aqueles que cooperam com as Nações Unidas e outras organizações dos direitos humanos não sejam expostos a represálias", acrescentou.