A organização Save the Children avisa que há pessoas em Moçambique, em zonas afetadas pelo ciclone Idai, que aguardam salvamento em cima de telhados de edifícios, rodeadas por água. A vida de 100 mil pessoas pode estar em risco em resultado da intempérie, avisa.
Os voluntários desta organização, que trabalham no local com foco no resgate de crianças, indicam que se vive nesta altura uma corrida contra o tempo, especialmente em aldeias como Buzi, na província de Sofala, que avisam que vai ficar submersa nas próximas 24 horas.
As previsões são avançadas com base em imagens aéreas do locais afetados. A Save the Children refere que as cheias na bacia do rio Buzi já deixaram 50 quilómetros de terra debaixo de água.
Estes números parecem ser corroborados pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, que indicou esta terça-feira que as próximas 72 horas serão “críticas” para Moçambique, esperando-se cheias também na bacia do rio Pungoe.
A Cruz Vermelha norte-americana publicou uma vídeo com imagens aéreas de uma das zonas afetadas, evidenciando o rasto de destruição deixado à passagem do ciclone.
New @IFRC drone footage shows the extent of damage to communities in Mozambique after #CycloneIdai. Authorities warn the death toll may reach over 1,000 people and more rain is expected to hit the region this week. https://t.co/zZCCIfkoyE pic.twitter.com/lBZTVRUxog
— American Red Cross (@RedCross) 19 de março de 2019
Recorde-se que a região central de Moçambique foi afetada, desde quinta-feira da semana passada, pelo ciclone Idai, com registo de chuvas torrenciais e ventos de até 170 quilómetros por hora.
UPDATE: #CycloneIdai is a humanitarian catastrophe for the people of #Mozambique.Large parts of Beira have been damaged, entire villages and towns have been completely flooded. The scale of suffering and loss is still not clear https://t.co/42uOTczqct pic.twitter.com/QqFgUX3Sec
— IFRC Intl. Federation #RedCross #RedCrescent (@ifrc) 19 de março de 2019
O balanço provisório, divulgado na segunda-feira por autoridades governamentais, é de 222 mortos em Moçambique, Maláui e Zimbabué. Porém, mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, acredita que o número de mortos no país pode ultrapassar os mil.
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa indicou, numa nota publicada no site da Presidência, que voltou a falar com o seu homólogo moçambicano para se inteirar doa magnitude da tragédia. O Presidente da República garantiu que Portugal "procurará contribuir ao esforço de ajuda e reconstrução, quer diretamente, quer através da União Europeia e das Nações Unidas".