Os presidentes das câmaras de Tunceli e Ovacik, condenados esta semana a seis anos e três meses de prisão por pertencerem ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), foram substituídos por administradores nomeados pelo Estado, informou o Ministério do Interior turco em comunicado.
O presidente deposto da Câmara de Tunceli, Cevdet Konak, é membro do Partido para a Igualdade e Democracia do Povo (DEM, antigo HDP), a principal força política pró-curda da Turquia.
O DEM, terceiro maior partido do parlamento turco, é regularmente visado pelas autoridades, que o acusam de ligações com o PKK, um grupo armado classificado como terrorista por Ancara e pelos seus aliados ocidentais, que trava uma guerra de guerrilha contra o Estado turco desde 1984.
O presidente da câmara de Ovacik, Mustafa Sarigül, está filiado no Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), o principal partido da oposição turca, que venceu as eleições autárquicas realizadas no final de março.
Quinta-feira, Konak e Sarigül declararam à imprensa que as suas condenações eram infundadas.
Segundo imagens difundidas por vários meios de comunicação social locais, vários manifestantes furiosos convergiram hoje à noite para a sede do município de Tunceli, onde alguns tentaram forçar a passagem através de um cordão policial.
O presidente da câmara do CHP, à frente do distrito mais populoso de Istambul, e três outros edis pró-curdos de cidades do sudeste do país, predominantemente curdo, foram também demitidos no final de outubro e início de novembro, igualmente sob a acusação de "terrorismo".
As suas substituições provocaram manifestações e motivaram condenações do Conselho da Europa e de organizações de defesa dos direitos humanos.
Hoje à noite, o DWS condenou as demissões dos presidentes das câmaras de Tunceli e Ovacik, afirmando que o governo "está a destruir gradualmente a vontade do povo".
O líder do CHP, Özgür Özel, condenou o "roubo da vontade da nação".
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