Em conferência de imprensa, o advogado Mark Pearlman disse na quarta-feira que é a primeira vez que uma lista tão completa foi compilada com 185 páginas com antecedentes e histórico dos acusados.
As informações foram extraídas a partir dos dados preliminares obtidos numa investigação realizada em 2018 pela então procuradora de Illinois, Lisa Madigan, que analisou 690 denúncias "credíveis" na arquidiocese de Chicago e nas dioceses de Belleville, Joliet, Peoria, Rockfort e Springfield, todos eles em Illinois.
A pesquisa concluiu que o problema do abuso sexual de menores cometido por sacerdotes era mais extenso do que o reportado pela diocese de Illinois, que "subestimou e não investigou as denuncias dos sobreviventes", disse Pearlman que defende a divulgação dos nomes.
"Os dados revelam o número horrendo de padres que abusaram de menores ao longo dos tempos", refere o relatório intitulado The Anderson Report.
Segundo o relatório, o mais chocante é que alguns dos autores desses abusos foram intencionalmente transferidos e mantidos em posições de confiança com acesso direto às crianças, mesmo depois de se saber que tinham abusado de crianças.
O relatório estima que poderá ter havido centenas de predadores sexuais nas dioceses e ordens religiosas de Illinois, cujas identidades nunca foram reveladas publicamente.
Numa declaração sobre o relatório, a arquidiocese de Chicago disse que o relatório mistura nomes de pessoas que foram acusadas, mas que podem ser inocentes.
John O'Malley, assessor especial da arquidiocese de Chicago disse, na quarta-feira à imprensa local, que a igreja tem informado a polícia de todas as denúncias desde 1992, quando o então cardeal Joseph Bernardin chefiou uma comissão sobre o escândalo do abuso.
"Se as autoridades públicas decidirem não processar, ou não puderem processar, então nós temos o nosso próprio processo de investigação", disse O'Malley.
Segundo o assessor, a arquidiocese publicou as denúncias reportadas e a descrição dos casos desde 2006 no seu site.
O sucessor de Lisa Madigan na Procuradoria-Geral, Kwame Raoul, disse quando tomou posse em janeiro que continua comprometido com a continuidade da pesquisa, mas o seu gabinete não divulgou mais informações sobre as denúncias.