Uma das vítimas do agente nervoso Novichok utilizado para envenenar o espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia, encontrou-se com o embaixador russo em Londres. O jornal Mirror combinou o encontro entre Charlie Rowley e Alexander Yakovenko.
A vítima colateral do ataque com Novichok revelou a desilusão na sequência do encontro com o embaixador russo, uma vez que não teve as respostas que procurava. O diplomata manteve a posição que a Rússia tem defendido de que não teve qualquer papel no envenenamento dos Skripal.
Rowley não foi a única vítima colateral do ataque com o gás nervoso. Se Rowley sobreviveu e conseguiu recuperar da exposição ao Novichok em Amesbury, a sua namorada, Dawn Sturgess, acabou por não sobreviver. Morreu no hospital em julho.
“Perguntei-lhe ‘Porque é que o seu país matou a minha namorada?’, mas não consegui realmente quaisquer respostas”, assegurou Charlie Rowley ao Mirror. Revelou que durante o encontro, que durou hora e meia, Alexander Yakovenko mostrou-se “genuinamente preocupado”, mas que teve um discurso de “propaganda”.
Segundo Rowley, o embaixador chegou a salientar que o Novichok produzido pela Rússia é mais poderoso e teria provocado mais mortes. “Algumas das coisas que disse para tentar justificar que a Rússia não era responsável foram ridículas”.
Em março do ano passado, Sergei e Yulia Skripal foram encontrados inconscientes num banco de jardim em Salisbury. Foram envenenados pelo Novichok, mas sobreviveram e acabaram por recuperar.
Meses depois, Charlie Rowley e Dawn Sturgess terão entrado em contacto com o gás nervoso através de um frasco de perfume utilizado para envenenar os Skripal.
Em setembro, a Scotland Yard e procuradores britânicos afirmaram ter provas suficientes para acusarem dois cidadãos russos, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, de vários crimes, incluindo conspiração para cometer homicídio. Os homens são acusados de pertencerem ao GRU, os serviços secretos russos.