Julian Assange detido e retirado da embaixada equatoriana em Londres

O fundador do WikiLeaks foi detido pela polícia britânica, na manhã desta quinta-feira, na embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava asilado há quase sete anos. Já circulam imagens do momento da detenção.

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© Reprodução/ Ruptly

Sara Gouveia
11/04/2019 10:37 ‧ 11/04/2019 por Sara Gouveia

Mundo

Wikileaks

Julian Assange foi detido pela polícia britânica e retirado da embaixada do Equador em Londres. O fundador do WikiLeaks foi posto sob custódia policial no âmbito do cumprimento de um mandado judicial.

Segundo um comunicado da Polícia Metropolitana, citado pela BBC, Assange "foi posto sob custódia numa esquadra da polícia no centro de Londres onde ficará, até ser apresentando perante o Tribunal de Magistrados de Westminster brevemente".

As autoridades referem ainda que tinham "o dever de executar o mandado, em nome do Tribunal de Magistrados de Westminster" e que "foram convidados para a embaixada pelo embaixador depois de o governo equatoriano ter retirado o asilo" prestado ao australiano. Já circulam imagens do momento da detenção, que pode ver abaixo, em que Assange surge praticamente irreconhecível.

Recorde-se que o fundador do WikiLeaks vivia na embaixada há quase sete anos, depois de ter procurado asilo em 2012 para evitar ser extraditado para a Suécia, onde as autoridades o queriam interrogar como parte de uma investigação sob agressão sexual. Essa investigação acabou por ser terminada, mas Assange referia ter receio de ser extraditado para enfrentar acusações nos Estados Unidos, onde o WikiLeaks está a ser investigado. Uma situação que se revelou tornar possível quando foi divulgado que também tinha sido detido por um mandado de extradição dos Estados Unidos.

Num tweet publicado há alguns minutos, o presidente do Equador, Lenin Moreno, explicou a decisão de retirar o asilo a Assange com o facto das suas "repetidas violações das convenções internacionais e protocolos quotidianos". Num vídeo, Moreno refere que o seu asilo se tornou "insustentável e deixou de ser viável", enumerando as várias razões.

Nas imagens, o presidente refere ainda que requereu ao Reino Unido "que garantisse que o Sr. Assange não seria extraditado para um país onde poderia enfrentar tortura ou a pena de morte. O governo britânico confirmou-o por escrito, de acordo com as suas regras".

Entretanto, o governo britânico já reagiu, agradecendo ao Equador a colaboração para deter Julian Assange. "É absolutamente apropriado que Assange enfrente a justiça de forma adequada no Reino Unido. Cabe aos tribunais decidir o que acontece a seguir. Estamos muito gratos ao Governo do Equador, sob o Presidente Moreno, pela ação que eles tomaram", disse o secretário de Estado para a Europa e Américas, Alan Duncan, num comunicado.

Apesar de tudo, o WikiLeaks considerou no Twitter, que o Equador "convidou" a polícia para prender Assange e que o fim do seu asilo político é ilegal e uma "violação da lei internacional".

Recorde-se que já era uma hipótese que vinha a ser falada a semana passada, mas sem confirmação, de que Assange estaria para abandonar a embaixada num futuro próximo.

[Notícia atualizada às 11h45]

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