Governo britânico agradece ao Equador colaboração para deter Assange

O governo britânico agradeceu às autoridades do Equador por facilitarem a detenção, hoje, do fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, na embaixada daquele país em Londres.

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© Reuters

Lusa
11/04/2019 11:26 ‧ 11/04/2019 por Lusa

Mundo

Alan Duncan

absolutamente apropriado que Assange enfrente a justiça de forma adequada no Reino Unido. Cabe aos tribunais decidir o que acontece a seguir. Estamos muito gratos ao Governo do Equador, sob o Presidente Moreno, pela ação que eles tomaram", disse o secretário de Estado para a Europa e Américas, Alan Duncan, num comunicado.

Duncan disse que a detenção de Assange esta manhã pela polícia britânica no interior da embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava há sete anos, foi o resultado de "um extenso diálogo entre os dois países".

Num comunicado, a polícia indicou que executou um mandado de detenção emitido em 2012 após o Equador ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos.

Indicou ainda que está atualmente detido numa esquadra da polícia em Londres e que deverá ser presente a um tribunal de primeira instância "o mais depressa possível"

Assange refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar a sua extradição para a Suécia, que solicitou que o australiano se entregasse por supostos crimes sexuais.

O processo na Suécia entretanto prescreveu, mas Assange continua sujeito a um mandado de detenção e é acusado de ter desrespeitado as medidas de coação que lhe tinham sido aplicadas.

O fundador do WikiLeaks recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os EUA, onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington.

Na semana passada, o ministério das Relações Exteriores do Equador desmentiu os rumores de que pretendia pôr fim ao asilo diplomático dado a Assange, embora tenha manifestado insatisfação com a situação.

A concessão de asilo diplomático, vincou, "é um poder soberano do Equador, que, portanto, tem o direito de conceder ou terminar quando considerado justificado e sem consultar terceiros".

"Ao emitir informação que distorce a verdade, o asilado e os seus parceiros, mais uma vez expressam ingratidão e desrespeito para com o Equador, em vez de se mostrar agradecido para com o país que já recebeu há quase sete anos", acrescenta-se na nota.

Na origem do desagrado estava a denúncia pelo portal WikiLeaks de que Assange seria expulso da embaixada dentro de "horas ou dias", dando conta de um alegado acordo com o Reino Unido para que se procedesse à sua detenção.

Além de "despesas significativas para pagar a sua estadia na embaixada", o que implicou a adaptação de algumas das divisões do apartamento para alojar Assange, as autoridades equatorianas atribuíram também a nacionalidade equatoriana ao australiano.

 

 

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